O presidente da Câmara de Lisboa, António Costa (PS), renunciou hoje ao cargo por sentir «em consciência» dever concentrar-se em «servir Portugal e os portugueses».
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«É meu dever concentrar-me agora, como fiz há oito anos, com o mesmo espírito de serviço, energia e determinação, em servir Portugal e os portugueses», afirmou, numa declaração nos Paços do Concelho, assegurando que deixa «a casa arrumada».
O socialista, que irá candidatar-se às legislativas deste ano, confirmou que será sucedido pelo vice-presidente, Fernando Medina, responsável também pelas pastas de Finanças, Recursos Humanos e Turismo.
António Costa frisou que deixa «o município em boas mãos, numa transição preparada e planeada», concretizada hoje, a cerca de seis meses das eleições legislativas. Em breves declarações aos jornalistas no final do seu discurso, o socialista disse, em relação à data da sua saída, que «estava tudo pensado e programado para esta altura».
Questionado se o salário ia passar agora a ser pago pelo PS, António Costa respondeu que vive do seu trabalho.
Fazendo um balanço destes quase oito anos à frente da autarquia lisboeta, o candidato socialista a primeiro-ministro frisou: «Sempre em contraciclo, saneámos as finanças municipais e dinamizámos a economia da cidade, introduzimos rigor no planeamento e na gestão urbanística, investimos na educação, na cultura, nos direitos sociais, na qualidade do espaço público e na reabilitação urbana, inovámos na mobilidade e no ambiente urbano, na participação cidadã e na descentralização».
O autarca deixou um agradecimento aos lisboetas pela «confiança» e aos funcionários municipais, presidentes de Junta de Freguesia e vereadores.
António Costa foi eleito presidente da Câmara de Lisboa pela primeira vez em julho de 2007, em eleições intercalares realizadas após a queda do executivo de Carmona Rodrigues, na sequência do denominado caso Bragaparques. Conseguiu então seis mandatos (dos 17 assentos do executivo), que aumentaram para nove em 2009 e para 11 em 2013.
A sua presidência fica marcada, entre outros, pela reforma administrativa da capital (que reduziu as freguesias de 53 para 24 e transferiu competências para as Juntas de Freguesia), pela revisão do Plano Diretor Municipal, pelas alianças com independentes (os movimentos de José Sá Fernandes e Helena Roseta), pela transferência do seu gabinete para o Intendente (para incentivar a reabilitação da zona) e pela defesa do uso de bicicletas e da gestão municipal da rodoviária Carris e do Metro.