O sindicato deu resposta negativa ao apelo do ministério da Saúde e decidiu avançar com a greve considerando que o surto de legionela está circunscrito.
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Os enfermeiros cumprem desde as 00:00 desta sexta-feira o primeiro de dois dias de greve nacional em protesto pelos cortes salariais nas horas extraordinárias, exigindo a progressão na carreira e a reposição das 35 horas de trabalho semanais.
Na manhã de quinta-feira, a direção do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) chegou a reunir para avaliar se mantinha ou não a paralisação, face ao pedido do Ministério da Saúde para que os sindicalistas reconsiderassem esta greve tendo em conta o cenário "extraordinário" do surto de 'legionella'.
O dirigente sindical José Carlos Martins disse que esta não é uma questão suficiente para desconvocar o protesto.
Para o SEP, se o Ministério da Saúde achava mesmo importante desconvocar a greve, isso seria possível se tivesse respondido a um conjunto de reivindicações que o sindicato tem vindo a apresentar, como medidas para acabar com a exaustão dos profissionais ou a admissão de mais funcionários.
José Carlos Martins assegurou que, havendo necessidade, designadamente ao nível de Lisboa, poderão existir alguns ajustes.
Num comunicado enviado ao final da tarde de quinta-feira, o Ministério da Saúde disse estar a avaliar os serviços mínimos exigíveis nos hospitais onde estão a ser tratados os infetados com a bactéria 'legionella'.
Segundo o Observador.pt, que cita um despacho assinado pelo secretário de Estado da Saúde, face à recusa do SEP em desconvocar a greve, o Ministério da Saúde determinou que os enfermeiros que trabalham nos cinco hospitais onde estão a receber tratamento a maioria dos doentes infectados, e estão escalados para o serviço, terão de trabalhar hoje e na próxima sexta-feira.
A greve nacional dos enfermeiros repete-se na próxima sexta-feira, dia 21 de novembro.