PSP e GNR a transportar matérias perigosas? Agentes contestam decisão do Governo
São perto de 400 militares os profissionais que estão a receber formação para o caso de ser necessário substituir os motoristas que podem entrar em greve a partir de segunda-feira.
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As associações profissionais da PSP e da GNR contestam a decisão do Governo de usar os agentes e militares para o transporte de matérias perigosas.
São perto de 400 militares os profissionais que estão a receber formação para o caso de ser necessário substituir os motoristas que podem entrar em greve a partir de segunda-feira. As associações sindicais defendem, por isso, que o Estado deveria encontrar outra solução - e não usar os policias e guardas como "fura-greves".
O presidente da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia, Paulo Rodrigues, afirma mesmo que "os polícias não têm de ser utilizados para estas situações" e que "o Estado tem de encontrar outros instrumentos para controlar e condicionar as greves".
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"A greve é um direito de qualquer trabalhador, e o Governo não pode utilizar os polícias para contornar ou condicionar greves. Esta é uma missão que é completamente alheia à Polícia de Segurança Pública, por isso nós consideramos que isto é a utilização abusiva por parte do Governo. Qualquer dia temos polícias a fazer um pouco de tudo quando um setor faz greve", aponta Paulo Rodrigues, ouvido pela TSF.
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O presidente da Associação Sindical dos Profissionais frisa que esta substituição "não pode acontecer". "Os polícias não podem, nem devem, fazer esse serviço."
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Paulo Rodrigues entende que o Governo está a colocar os agentes numa situação ingrata. "Se o Governo utiliza os profissionais para tentar contornar ou condicionar breves, está a colocar os polícias num papel muito ingrato: primeiro, porque não estão preparados para essa situação; segundo, estão a pôr em causa o exercício de um direito de outros trabalhadores", destaca o sindicalista, que questiona a legalidade da medida.