Os hospitais continuam a contrair dívidas superiores às definidas na Lei dos Compromissos. Devem à indústria farmacêutica 1.197 milhões de euros, com um prazo médio de pagamentos de 495 dias.
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Ana Paula Carvalho, da Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica (Apifarma), revelou, em entrevista à agência Lusa, que 70 por cento da dívida de 2011 já foi liquidada, mas que esta continua a crescer e em outubro situava-se nos 1.197 milhões, o que «é insustentável».
A responsável reconhece, contudo, o esforço do Ministério da Saúde, que entre julho e agosto pagou 532 milhões de euros de dívidas às empresas farmacêuticas e, desde então, tem prosseguido o pagamento.
«Muitas das nossas empresas associadas alargaram os prazos de pagamento dos hospitais, mas apesar disso a dívida continua a subir», acrescentou.
Este alargamento dos prazos de pagamento, que a Lei dos Compromissos visa evitar, é possível por se tratar de «decisões individuais de cada uma das empresas farmacêuticas», esclareceu Ana Paula Carvalho.
Em outubro, o prazo médio de pagamento dos hospitais do Serviço Nacional de Saúde a empresas farmacêuticas era de 495 dias. Para Ana Paula Carvalho, «o ideal é que a dívida esteja paga até ao final de 2012».
O Ministério da Saúde, contactado pela TSF, reconhece dificuldades pontuais no pagamento da dívida mas garante que a Lei dos Compromissos está a ser cumprida. A Fonte do ministério ouvida pela TSF sublinha que quando são detetados casos em risco de incumprimento, eles são tratados de forma individual.