A Inspeção-Geral das Atividades em Saúde detetou médicos que, em 2010, receberam indevidamente horas extraordinárias por cirurgias realizadas no horário normal de trabalho.
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[Notícia atualizada às 9h44]
O relatório da Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS), que avaliou a regularidade dos pagamentos das remunerações em 19 hospitais, demonstra que o horário normal de trabalho dos médicos seria suficiente para responder às necessidades de procura.
A IGAS conclui, por isso, que afinal a lista de espera é de aparência fictícia embora real para os utentes.
São situações potencialmente irregulares e que apenas no caso de seis méedicos tiveram um custo acima de um milhão e trezentos mil euros.
Na opinião da IGAS estas situaçãoes resultam em muito da falta de um controlo de assiduidade e pontualidade mais eficaz, o controlo biométrico. Os médicos são o grupo menos abrangido por este sistema e é o que tem pagamentos mais elevados por atividades extra além do horário normal de trabalho.
Um outro relatório do Tribunal de Contas, indica que em 2009 e 2010, quinze médicos receberam quase três milhões de euros correspondentes ao pagamento de horas extra.
Este valor era suficiente para pagar durante esses anos um salário de 4 mil euros a pelo menos 51 médicos.
A auditoria do Tribunal de Contas às remunerações mais elevadas pagas pelas unidades hospitalares que fazem parte do Serviço Nacional de Saúde (SNS) partiu do caso de cinco médicos que têm ordernados mais altos e que foram pagos na Unidade Local de saúde do Baixo Alentejo, no Centro Hospitalar do Barlavento Algarvio e do Centro Hospitalar do Médio Tejo.
Por exemplo, só no caso da Unidade Local de saúde do Baixo Alentejo, os valores pagos em 2009 era suficiente para contratar, nesse ano, seis médicos e os valores pagos em 2010 e 2011 chegavam para contratar mais oito médicos.
Contactado pela TSF, o bastonário da ordem dos Médicos saúda estas auditorias e insiste nas críticasao modelo de contratualização
nos hospitais.
José Manuel Silva diz que a responsabilidade nestes casos é do Ministério da Saúde pois os médicos não operam clandestinamente e tudo é aprovado pelos conselhos de administração.