Marta Temido alerta para novas variantes e número elevado de internamentos em UCI
A ministra da Saúde diz que não é tempo de falar em desconfinamento, mas admite que o Governo já discute o tema.
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A ministra da Saúde enalteceu a diminuição de casos de Covid-19 em Portugal, mas lembrou que o número de internamentos em Unidades de Cuidados Intensivos continua a ser elevado. Depois da reunião no Infarmed, que juntou especialistas e políticos, Marta Temido alertou para as novas variantes do vírus e recusou falar em desconfinamento, embora admita que as escolas serão as primeiras a abrir.
"Neste momento, estamos abaixo dos 300 casos por cem mil habitantes. É uma tendência que se acentuou", apontou. Marta Temido lembrou ainda que o Rt de Portugal é o mais baixo da Europa, apesar de continuar "relativamente alto".
"Os valores que hoje temos é um esforço. Se este esforço se inverter, voltaremos a atingir números de incidência que não são compatíveis com o que precisamos de garantir", alertou.
A ministra da Saúde lembrou que os especialistas apontam para que, no final do mês de março, os doentes nas Unidades de Cuidados Intensivos podem estar abaixo dos 300. Ainda assim, aponta que "nada disto está adquirido". "Tudo depende de nós", disse.
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Marta Temido sublinhou que os cientistas mantêm atenção às novas variantes, com a estirpe inglesa a representar 48 por cento do número de casos em Portugal.
Marta Temido admite que escolas serão as primeiras a desconfinar
Quanto ao desconfinamento, a governante admite que há vários cenários possíveis, sendo "coerente que se pense que o processo de reversão se inicie pelo ensino", lembrando que foram as escolas as primeiras a encerrar.
Marta Temido referiu que não se pode "passar de um extremo para o outro" num tempo que não é compatível com o combate à pandemia.
"Temos de melhorar a resposta em outras áreas e apostar no processo de vacinação. A saúde está em todas as políticas, mas, independentemente de o desconfinamento estar a ser discutido, este ainda não é o momento", alertou.
Já em relação ao processo de vacinação, Marta Temido lembra que os objetivos estão definidos, e "tudo será feito" para chegar à imunidade de grupo no final do Verão, com 70 por cento da população vacinada.
"Isso faz-se com passos pequenos. Temos de ir avaliando e partilhando com os portugueses", disse.
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A ministra da Saúde explicou que há uma nova norma, sobre centros de vacinação, que está a ser analisada ela Direção-Geral da Saúde, para centrar o processo. A governante admite colocar as farmácias comunitárias no plano, "quando não existir escassez de vacinas".
Testagem diminuiu? "Fevereiro foi o terceiro melhor mês de toda a pandemia"
Portugal é o sétimo país com mais testados por milhão de habitantes, e Marta Temido lembrou que fevereiro foi o terceiro melhor mês de toda a pandemia, em número de testes
"Temos tido uma redução da procura de testes, mas tem um enquadramento. Há uma tendência para que a diminuição de casos se traduza na diminuição de testes", explicou.
O Governo tem ainda o objetivo de realizar mais testes nas escolas, quando estas reabrirem as portas aos alunos. A governante assume que o Executivo está a tratar, também com empresas privadas, de retomar o processo. Marta Temido lembra que as farmácias comunitárias também estão a realizar testes à comunidade.
Os testes de saliva vão começar a ser utilizados, adiantou Marta Temido, "num contributo para a estratégia" de testagem em massa.
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Quanto aos restantes cuidados de saúde, a ministra admitiu que em Portugal não existem recursos médicos e de enfermagem que permitam continuar com os cuidados médicos em pleno. "Todas as sugestões que nos foram deixadas tomavam em linha de conta a utilização dos cuidados intensivos", afirmou.
A governante garantiu que o Serviço Nacional de Saúde continua a fazer um esforço para que todas as restantes doenças tenham o atendimento integral.
Portugal registou esta segunda-feira o número mais baixo de novos casos de Covid-19 desde 6 de outubro, com 549 novas infeções. Os números da DGS indicam mais 61 mortes.