Notas do final do ano vão ser comparadas com as do 1.º e 2.º períodos.
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A Inspeção-Geral da Educação vai auditar as avaliações dos alunos para travar a inflação das notas, no contexto da pandemia, segundo o ministro da Educação, que garante que haverá processos disciplinares sempre que se justifique.
Em entrevista ao jornal Público de Rádio Renascença , Tiago Brandão Rodrigues referiu que haverá auditorias aos critérios de avaliação e que a Inspeção-Geral da Educação e Ciência (IGEC) terá de mobilizar mais inspetores para o fazer, na sequência das alterações que houve nas escolas, nomeadamente com o ensino à distância.
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"As notas do 1.º e do 2.º período serão analisadas para ver como comparam com os resultados finais. Haverá auditorias aos critérios de avaliação. A Inspeção-Geral da Educação terá de mobilizar mais inspetores para esta tarefa. É que nesta altura o problema da inflação artificial de notas, que já existia em algumas escolas, pode ter consequências ainda mais graves na equidade do concurso de acesso ao superior", disse.
No entendimento do ministro da Educação, "seria muito danoso para o sistema se oportunisticamente alguém pudesse tirar partido das circunstâncias" excecionais em tempos de pandemia da Covid-19.
"Mas o importante é isto: não podemos colocar em causa a credibilidade da avaliação. Já dei instruções claras à IGEC para alargar a sua ação, mobilizando mais inspetores e abrangendo mais escolas neste trabalho sistemático --- para que também nas disciplinas que não são sujeitas a avaliação externa haver este trabalho", salientou.
Tiago Brandão Rodrigues adianta que, haverá auditorias aos critérios de avaliação interna de cada uma das escolas [a avaliação que é dada pelos professores], incluindo nos casos do ensino à distância.
"Por outro lado, [serão também auditados] registos claros de avaliação dos 1.º e 2.º períodos de cada um dos alunos para entendermos exatamente [o que se passa]. Esta análise vai levar necessariamente a ações disciplinares ou a recomendações, se for necessário. O mais importante, é que tudo isto tenha um efeito regulador, também de reflexão para o sistema, mas acima tudo que seja dissuasor. Serviu no passado com a nossa ação e tem de servir agora porque estas classificações finais vão ser analisadas pela IGEC, também para servir de estímulo à existência de critérios consistentes", disse.