A Ordem dos Médicos manifestou hoje "enorme preocupação" com os resultados do estudo que indicam que 65% dos médicos em formação pondera emigrar, considerando que tal de deve à degradação das condições de trabalho no Serviço Nacional de Saúde.
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O estudo, a que a Lusa teve acesso, foi realizado por médicos de todo o país revela que cerca de 65% dos médicos que frequentam o internato da especialidade em Portugal ponderam emigrar após concluída a formação.
Para o bastonário José Manuel Silva a "desqualificação do trabalho médico, a degradação do trabalho no Serviço Nacional de Saúde, a falta de perspetivas de melhorias no médio prazo estão a motivar os médicos a sair do SNS para a reforma, para o setor privado e para a emigração".
Para o responsável, quando a maioria dos "melhores jovens do país" pondera abandonar Portugal, isso devia obrigar a uma reflexão por parte do governo e de toda a sociedade.
José Manuel Silva manifestou também preocupação com os dados que indicam que 20% dos internos inquiridos afirmaram que talvez tivessem escolhido outra profissão se pudessem voltar atrás.
O estudo foi conduzido por 31 médicos e foi baseado na inquirição a mais de 800 internos (15% do total) de 45 especialidades diferentes, distribuídos por unidades de todo o país.
O objetivo principal foi avaliar a ideia dos médicos sobre a sua formação, bem como os níveis de insatisfação e a intenção de emigrar, naquele que é um estudo inédito em Portugal, segundo um dos responsáveis, o médico psiquiatra Tiago Reis Marques.