O recurso para tribunais é uma possibilidade já que de acordo com o presidente do Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil, aquilo a que chama de gestão ruinosa da TAP, está a ser alvo de uma investigação.
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Manuel Santos Cardoso revela ao Diário Económico que está em curso uma investigação judicial à gestão da TAP.
O dirigente sindical não aceita que tanto o governo como a administração da empresa acusem a greve e o sindicato de destruição da transportadora aérea portuguesa.
Para Manuel Santos Cardoso o que se tem passado na última década é uma gestão ruinosa com danos superiores a 800 milhões de euros, o que já deveria ter suscitado uma reação do acionista Estado e o respetivo apuramento de responsabilidades.
No entender do dirigente sindical, «as empresas não entram em falência por ação dos trabalhadores mas por atos ou omissões dos gestores».
Em relação aos motivos para a greve o presidente do sindicato dos pilotos desmente o argumento do governo de que os pilotos aceitaram abdicar dos vinte por cento de participação na privatização da empresa.
O Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil argumenta que o acordo do final do ano não afasta nem revoga o acordo de 1999 que nunca foi denunciado por nenhuma das partes. Assim, Manuel Santos Cardoso justifica esta exigência dos vinte por cento porque os pilotos prescindiram de um aumento salarial, que serviu para financiar a TAP.
Outro ponto quente é a redução do valor das diuturnidades em cinco unidades, uma medida que para o sindicato só iria encobrir os erros de gestão e perpetuar os efeitos da austeridade para os pilotos.