Os alemães fornecem o tecido que é especial, nós fabricamos e no fim dividimos as máscaras prontas entre os dois países. O material viaja só de avião para não ser confiscado nalguma fronteira. E também cá já foram identificados produtos fraudulentos.
Corpo do artigo
É um primeiro passo para o que o CITEVE, Centro Tecnológico Indústrias Têxtil Vestuário, descreve como uma nova oportunidade para o têxtil nacional e ao mesmo tempo uma resposta à carência mundial deste tipo de equipamentos.
"Há empresas que já estão a fabricar gratuitamente, outras que estão prestes a fabricar, mas também há quem se prepare para entrar neste negócio", afirma à TSF Braz Costa. O secretário-geral do CITEVE, Centro Tecnológico das Indústrias de Têxtil e Vestuário calcula que Portugal precise de "vários milhões de peças de equipamentos de proteção especial por semana", e como o mercado internacional não consegue responder à procura, nós "podemos e devemos fabricar esses equipamentos".
O CITEVE tem novos laboratórios e já criou guiões técnicos que permitem às empresas nacionais entrarem na produção em larga escala de materiais certificados. Roupa de cama ou vestuário, não são novidade. "O desafio tem sido o fabrico de máscaras", conta Braz Costa,"o material não pode ser impermeável porque tem de permitir a respiração e, ao mesmo tempo, tem de filtrar partículas minúsculas que podem transportar o vírus".
12034632
Para já, uma solução passa pela Alemanha: o país avança o material que permite fabricar máscaras eficazes e Portugal junta-lhe a capacidade de produção, "estamos a contar com o fabrico de milhões de máscaras semanalmente, a partir da próxima semana", refere Braz Costa.
É tal a escassez destes produtos que os alemães exigem que "os materiais não viajem por estrada, só de avião", são inúmeros os relatos de autênticos atos de pirataria, até por parte de alguns estados.
"Fraudes também, temos o caso de uma USF, Unidade de Saúde Familiar. que estranhou os certificados de equipamentos que tinha adquirido, pediu a nossa ajuda e verificámos que se tratava de documentos falsos", o diretor-geral do CITEVE garante que neste e noutros casos de material inadequado, as autoridades foram alertadas e oferece os laboratórios da instituição para aferir a certificação dos produtos sempre que haja dúvidas.
12038300