Alberto da Ponte frisou que «ficou estabelecido» no relatório da RTP que Nuno Santos «tinha conhecimento» do processo relativo às imagens dos incidentes frente ao Parlamento «desde o dia 14».
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O presidente da RTP recusa ter existido algum tipo de «purga» ou «limpeza» no processo que levou à demissão do diretor de Informação da televisão pública, Nuno Santos.
Na Comissão Parlamentar de Ética, Alberto da Ponte reiterou que o ex-diretor da Informação da RTP estava a par de tudo desde a entrada de elementos estranhos à RTP até ao visionamento de imagens não editadas relativas aos incidentes frente ao Parlamento no dia da greve geral a 14 de novembro.
Para o presidente da televisão pública, «ficou estabelecido de forma inequívoca (e isso está apenso ao relatório) que o diretor de Informação tinha conhecimento dos factos desde o dia 14».
«Só esteve ausente do país no dia 15 e 16 e durante todo o tempo seguiu o processo desde logo sendo informado da entrada de elementos estranhos, da polícia nas instalações da RTP, do visionamento das imagens, algumas delas não emitidas e também da gravação dessas imagens», explicou.
Alberto da Ponte rejeitou ainda ter existido algum tipo de «conspiração» e negou que tivesse tido «algum pedido, influência ou telefonema da parte de qualquer membro do Governo para agir de que maneira fosse».
«Agi em conformidade com algo que é absolutamente crucial na RTP: os princípios e os valores. Mesmo quando o diretor de Informação me sugeriu que fosse posta uma tábua no assunto, porque se iria abrir uma caixa de pandora, disse que se abrisse a caixa de pandora, porque os valores e os princípios estão à frente», adiantou.
O presidente da RTP esclareceu também que Nuno Santos não foi ouvido no inquérito porque já tinha prestado todos os esclarecimentos e lamentou a saída de um homem que «estava a fazer um bom trabalho e que inclusivamente tinha feito sugestões muito pertinentes no aspeto da gestão».