O líder parlamentar do PS prometeu hoje «combate» pelo Estado democrático de direito contra os populismos, advertindo que a confiança dos cidadãos nas instituições democráticas está a diminuir perante o que se passou recentemente em Portugal.
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Estas referências foram feitas por Ferro Rodrigues no seu discurso de encerramento do debate do Orçamento do Estado para 2015, momentos antes da votação final global da proposta do Governo na Assembleia da República.
Sem especificar casos contrários à confiança nas instituições do regime, o líder da bancada socialista disse no entanto que, entre o debate na generalidade e a votação final do Orçamento, «muito se passou em Portugal».
«A confiança dos cidadãos nas instituições democráticas certamente diminuiu. Para além das divergências sobre políticas financeiras e económicas, para além das normais divisões partidárias, hoje, há que sublinhar que os deputados estão dispostos a defender o parlamento e o Estado de Direito», declarou, em estilo de apelo.
Mas Ferro Rodrigues foi ainda mais longe neste ponto da sua intervenção e a finalizar disse: «A defesa do regime democrático representativo e com base nos partidos também depende de nós (...) Vamos estar ao lado de todos os democratas de todos os partidos em combate pelo Estado Democrático de Direito contra os populismos quaisquer que sejam as suas bandeiras», afirmou, recebendo palmas da bancada socialista.
Embora dizendo pretender evitar maniqueísmos, o ex-secretário-geral do PS disse que, independentemente dos casos que abalam o país, o seu partido conserva as suas divergências de fundo de ordem política, económica e financeira face à maioria PSD/CDS e, nesse mesmo contexto, respondeu à declaração recente do primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, segundo a qual os políticos não são todos iguais.
Ferro Rodrigues referiu então que o PS respeita mas não admira um Governo «que esteve convicto que a estratégia de empobrecimento permitiria tornar o país mais competitivo, equilibrado e preparado para o futuro».
«Mas, sobretudo, admiramos e apoiamos os que desde o primeiro dia afirmaram o seu não. Estamos entre eles. O fracasso das políticas dos últimos três anos está à vista. Realmente as políticas e os políticos não são todos iguais», afirmou, recebendo novamente palmas dos deputados do PS.