PS quer saber «o que esconde» o Governo dos portugueses ao não apresentar DEO
Pela voz dee Mota Andrade, o PS adianta que existe da parte do Governo uma «grande falta de transparência» e «uma grande opacidade que não é própria de um Estado de direito».
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O PS quer saber "o que esconde" o Governo dos portugueses por ter aprovado na segunda-feira o Documento de Estratégia Orçamental (DEO) mas não o ter ainda apresentado, o que só sucederá na quarta-feira.
«Ontem [segunda-feira] o Governo reuniu e aprovou o DEO. No final do Conselho de Ministros, o Governo não divulgou o DEO. Prometeu a divulgação para a tarde de ontem, depois prometeu essa mesma divulgação para hoje de manhã, e hoje à tarde a única notícia que os portugueses tiveram é que a divulgação só acontecerá amanhã [quarta-feira]», sublinhou o deputado e vice-presidente da bancada socialista Mota Andrade.
Declarando que existe da parte do Governo uma «grande falta de transparência» e «uma grande opacidade que não é própria de um Estado de direito», o socialista instou, numa curta declaração aos jornalistas no parlamento: «Queremos saber o que o Governo esconde aos portugueses».
O Governo adiou para quarta-feira a apresentação do DEO, anunciada para hoje, justificando a decisão com trabalhos técnicos muito complexos que ainda estão a ser ultimados.
Não foi ainda marcada uma hora para a conferência de imprensa de apresentação do DEO, que terá de ser enviado à Assembleia da República e à União Europeia até dia 30 de abril, quarta-feira.
Na segunda-feira, o Governo comunicou que o DEO tinha sido aprovado na reunião do Conselho de Ministros realizada nesse mesmo dia, que durou cerca de cinco horas, tendo terminado perto das 13:30.
Na altura, fonte da Presidência do Conselho de Ministros ressalvou, contudo, que o texto estava ainda a ser ultimado e que o DEO poderia ser apresentado publicamente na segunda-feira ou hoje.
Ao final do dia de segunda-feira, o executivo PSD/CDS-PP anunciou que, devido também ao decurso da 12.ª avaliação do programa de resgate em Portugal, a referida conferência de imprensa iria realizar-se hoje, o que acabou por não se verificar.
O DEO deverá incluir as medidas com que o Governo pretende reduzir o défice para 2,5% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2015, que, segundo a ministra de Estado e das Finanças, Maria Luís Albuquerque, totalizam cortes de 1400 milhões de euros.