Sindicato da PSP critica vigilância nas escolas por parte de militares na reserva
Segundo o Ministério da Educação, os militares das Forças Armadas na reserva vão fazer vigilância dentro das escolas, essencialmente nos recreios, com missões como impedir agressões entre elementos da comunidade escolar.
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A Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP/PSP) criticou hoje a presença de militares na reserva na vigilância das escolas, considerando que o Governo devia reforçar o projeto Escola Segura, com investimento em meios materiais e humanos.
Ouvido pela TSF, Paulo Rodrigues, o presidente da ASPP/PSP, diz que "há uma tentativa de confundir defesa nacional com segurança interna" e lembra os policiamentos especializados que tanto a PSP como a GNR já têm direcionados especificamente para as escolas.
A reação do sindicato mais representativo da PSP vem no seguimento do diploma aprovado pelo Governo, que vai permitir o recrutamento de elementos das Forças Armadas na reserva, para fazer vigilância nas zonas escolares.
Segundo o Ministério da Educação e Ciência (MEC), os militares das Forças Armadas na reserva vão fazer vigilância dentro das escolas, essencialmente nos recreios, com missões como impedir agressões entre elementos da comunidade escolar.
Estes militares deverão "assegurar as funções de vigilância relativas ao ambiente do espaço escolar, com especial incidência nos recreios e junto das imediações da vedação escolar", explicou à Lusa fonte do gabinete do MEC.
Os militares na reserva vão fazer a segurança escolar no interior das escolas e terão funções complementares ao trabalho que é atualmente desenvolvido pela PSP, ou seja, "não se substituem ao do Programa Escola Segura, pelo contrário vem complementá-lo".
A ASPP defende que o projeto Escola Segura, desenvolvido pela PSP e GNR, deve ser reforçado com recurso a profissionais preparados e "não com homens e mulheres atirados para uma função para a qual não têm competência, nem motivação".
A ASPP considera que a vigilância das escolas é uma competência das forças de segurança, sublinhando que a separação entre defesa e segurança interna tem de "ser efetiva e clara", mas o Governo, "tempos a tempos, tem tendência a confundir os dois conceitos".