Os reitores das Universidades de Coimbra e do Porto rejeitam o aumento de propinas para compensar os cortes no financiamento. Aceitam novos cortes, mas pedem ao Governo mais autonomia na gestão.
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«Neste momento as universidades não têm gordura para cortar. Principalmente com o corte que está previsto para 2012, as universidades todas vão ficar rigorosamente no osso», alerta o reitora da universidade de Coimbra, que falava esta segunda-feira em declarações à TSF.
João Gabriel Silva avisa que com mais cortes para além do que está previsto para o próximo ano «a maior parte das universidades vai fechar».
«Percebemos inteiramente as dificuldades do país e vamos até ao limite daquilo que conseguirmos fazer, mas provavelmente o Governo terá de fazer escolhas», defende o responsável.
João Gabriel Silva frisa que «o Ensino Superior não tem gerado nenhum défice, não tem empréstimos, tem sempre respeitado os seus orçamentos», ao contrário de outros casos onde se assiste a «falsificações dramáticas das contas».
Na opinião do reitor, quem provoca danos nas contas públicas comete um «crime». «O país quer premiar quem gere bem ou prefere desculpar quem gere mal», questiona.
O reitor da Universidade de Coimbra sublinhou ainda que o Ensino Superior é o único sector que não é mencionado no memorando de entendimento assinado com a "troika".