Em entrevista ao programa Discurso Directo, a procuradora-geral adjunta, Cândida Almeida, adiantou que o afastamento da Polícia Judiciária da «Operação Furacão» está relacionada com atitudes pouco normais que levaram o Ministério Público a tomar essa decisão.
Mas não revelou quais as razões porque a investigação ainda está em curso.
«Um dia saber-se-á, mas a Operação Furacão ainda continua. Não é por razões normais que [a PJ] está fora, mas por [outros] problemas. Tenho muito pena, porque gosto muito da Polícia Judiciária, gosto muito de trabalhar com ela, mas neste caso houve situações que nos obrigaram a afastar essa colaboração», justificou a procuradora.
No entanto, Carlos Anjos da ASFIC, considera que Cândida Almeida devia explicar em concreto os motivos reais que levaram à decisão de afastar a PJ.
«É lógico que todos nós suspeitavámos que algo se teria passado. Não é normal num processo desta envergadura a Polícia Judiciária não ter uma participação directa. Mas era importante que as pessoas com responsabilidade neste processo dessem esse esclarecimento», sublinha Carlos Anjos.
«A partir do momento em que a Dr. Cândida Almeida falou do problema, [devia] esclarecer o que se passou, até para nós profissionais da PJ sabermos o que se passou para ficarmos de fora», acrescenta.
Em relação ao caso BPN, a associação sindical concorda com a posição assumida por Cândida Almeida.
«Se as pessoas, os documentos que são canalizados para o processo crime, também o forem para o processo da Comissão Parlamentar de Inquérito, não há Segredo de Justiça. E nesse sentido estão-se a fazer dois processos mais ou menos idênticos, o que pode fragilizar a investigação criminal», salienta Carlos Anjos.
A directora do Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP) criticou a criação da Comissão Parlamentar de Inquérito ao caso do Banco Português de Negócios pr considerar que vai atrapalhar a investigação do Ministério Público.