O bastonário da Ordem dos Advogados pediu à Procuradoria-geral da República e à direcção da Polícia Judiciária para esclarecerem os motivos do afastamento da PJ do processo “Operação Furacão”.
À margem da conferência “Combate e Corrupção”, Marinho Pinto reagia às declarações da directora do Departamento Central de Investigação e Acção Penal, Cândida Almeida, que, numa entrevista à TSF e ao Diário de Notícias, falou neste afastamento e justificou-o por «haver problemas».
«Fiquei surpreendido com essa afirmação da dra. Cândida Almeida não tanto pelo que a afirmação em si significa, mas por ser proferida publicamente. Não sei o que se passa, mas era bom que se soubesse. Era bom que houvesse um esclarecimento da PGR e da direcção da PJ a saber o que realmente se passa», explicou Marinho Pinto.
Sobre a criação de tribunais especiais, o bastonário da Ordem dos Advogados defendeu que «era bom que os magistrados se especializassem e tivesse formação permanente e especializada nas várias áreas em que o Direito exige a intervenção deles».
«Tribunais especiais a mim fazem-me uma certa aversão», acrescentou Marinho Pinto, que reagia à ideia da procuradora-geral adjunta Maria José Morgado, que defendeu a criação de um tribunal central para o crime económico.
Confrontado com aquilo que aconteceu no Banco Português de Negócios, este bastonário exigiu «respostas» rápidas sobre esta questão e não apenas «das entidades judiciais que estão a fazer a investigação».
«É preciso haver respostas de políticos, das entidades financeiras que tinham a função de supervisionar e regular o funcionamento destas instituições. É nós não temos respostas. Vemos toda a gente a sacudir a água do capote. Como isto é possível em Portugal?», questionou-se.