Cem anos depois, a expedição de Gago Coutinho e Sacadura Cabral vai ser recriada

O caminho da Primeira travessia aérea do Atlântico Sul vai agora ser percorrido por 8 veleiros e 30 tripulantes. O objetivo é homenagear Coutinho e Cabral e sensibilizar o mundo para as questões ambientais, afirma um dos promotores à TSF.

Faz precisamente a 30 de março 100 anos que o navegador Gago Coutinho e o piloto Sacadura Cabral iniciaram uma viagem de hidroavião até ao Brasil. Era o início da "Expedição Lusitânia", nome comum ao hidroavião que os transportava. Decorria o ano de 1922. Um século depois, a Associação David Melgueiro (ADM) e pela Associação Nacional de Cruzeiros (ANC), decidiram recriar o mesmo percurso, milha a milha, com duas diferenças. A viagem será feita através de veleiros e com o objetivo de sensibilizar os cidadãos para as alterações climáticas.

Esta quinta-feira foi o dia do lançamento da iniciativa. Mas será no dia 3 de abril que 30 tripulantes, divididos por 8 veleiros, vão viajar até ao Rio de Janeiro, no Brasil e depois regressar até Lisboa. Um dos tripulantes é o comandante Mesquita. Habituado aos mares, já que foi capitão da marinha mercante durante várias décadas, esclarece à TSF que o objetivo essencial é a sociedade civil homenagear "Gago Coutinho e Sacadura Cabral, tal como se faz há uns anos com praças e avenidas cheias no Brasil e 200 pessoas a assistirem à sua partida".

Para lá dos 100 anos da Primeira travessia aérea do Atlântico Sul celebra-se o bicentenário da Independência do Brasil.

A dupla Gago Coutinho e Sacadura Cabral partiu no dia 30 de março de 1922, em Belém, por volta das 7h da manhã. A viagem não terá sido nada fácil. Segundo o Site RTP Ensina, "a primeira escala foi em Las Palmas e a segunda, na ilha cabo-verdiana de S. Vicente. Aqui foram feitas as primeiras reparações ao avião. Seguiram então para as ilhas brasileiras de S. Pedro e S. Paulo, que localizaram sem dificuldade. Aqui o aparelho danificou-se de forma irreversível, obrigando ao transporte, por navio, até à ilha de Fernando de Noronha".

O site conta que "o governo português enviou um novo hidroavião, com o qual reiniciaram a viagem, mas uma avaria no motor obrigou-os a nova interrupção. Só com um terceiro aparelho, batizado Pátria, conseguiram finalmente retomar o curso da viagem, fazendo escala no Recife e noutras cidades brasileiras, até à chegada à capital do Brasil, o Rio de Janeiro, a 17 de junho".

A comitiva da ADM e ANC quer chegar ao Rio de Janeiro por volta dessa data. O comandante Miranda graceja, afirmando que quer recriar a viagem, mas não em tudo: "Menos com as avarias", acrescenta.

A travessia, por etapas, inclui passagens pela Ilha da Madeira, Las Palmas (Espanha), Cabo verde, Fernando Noronha (Brasil) e Rio de Janeiro. Em cada um destes pontos do itinerário vai ser possível assistir a palestras; exposições de artes plásticas e concertos musicais com o objetivo de sensibilizar para as questões ambientais e do "século XIX".

O início da viagem de regresso a Lisboa será em novembro deste ano, depois da época dos ciclones, e percorrerá todo o arco das Caraíbas, com passagem por Cuba, Bermudas e Açores, com chegada prevista a Lisboa entre julho e setembro de 2023.

A viagem poderá ser acompanhada no site: https://expedicaolusitania.pt/

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