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No Natal de 1971 foi editado o disco Cantigas do Maio, de José Afonso.
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O disco teve o mesmo destino imediato de outros discos do Zeca e de muitos outros da mesma época.
A censura proibiu a venda do disco e a passagem das músicas na rádio.
A única exceção foi o tema Grândola Vila Morena, e só na Rádio Renascença.
Foi essa exceção que permitiu, na noite de 24 para 25 de abril de 1974, que a música de José Afonso fosse utilizada como senha para o movimento dos capitães.
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Ouça a entrevista com Nuno Saraiva, sonorizada por Pedro Picoto.
Mas, voltando ao disco, Cantigas do Maio foi escrito e composto por José Afonso e gravado nos arredores de Paris, com produção de José Mário Branco.
Como todos os discos de José Afonso, as edições originais, e mesmo as primeiras edições digitais, estavam esgotadas até ao início da reedição de cópias recuperadas e remisturadas a partir de gravações na posse da família.
Nuno Saraiva é o responsável pela editora independente Mais 5, e está a cumprir a missão de tornar disponível música que não existia no mercado.
Chegar a mais gente, e a mais mundo, porque a internacionalização é o que mais ambiciona Nuno Saraiva.
A reedição está a ser feita através de uma nova mistura, feita em Hamburgo, na Alemanha, por Florian Siller.
Siller, conta Nuno Saraiva, "é um especialista no tratamento de som para edições em vinil e tornou os discos mais dinâmicos, sem acrescentar nada que não estivesse já nas gravações".
Vários colecionadores ouviram as novas edições e gostaram do trabalho feito nos três discos anteriores.
Nesta altura, já estão disponíveis "Cantares de andarilho", "Contos velhos rumos novos" e "Traz outro amigo também".
"Cantigas do Maio" marca o início da segunda fase destas novas edições, no próximo dia 22 de abril.
Em todos, foi mantido o design original que, no caso de "Cantigas do Maio", é da autoria de José Santa Bárbara.