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A coreógrafa belga Anne Teresa De Keersmaeker, fundadora da companhia Rosas, é a vencedora do Prémio Europeu Helena Vaz da Silva para Divulgação do Património Cultural 2021, anunciou esta sexta-feira o Centro Nacional da Cultura (CNC).
O Prémio Europeu Helena Vaz da Silva para a Divulgação do Património Cultural foi instituído em 2013 pelo CNC, em cooperação com a Europa Nostra, a principal organização europeia de defesa do património, que representa, em Portugal.
Anne Teresa De Keersmaeker é uma das protagonistas da dança contemporânea a nível mundial, num percurso firmado ao longo das últimas quatro décadas.
Vencedora do Leão de Ouro de Carreira, da Bienal de Veneza, em 2015, é autora de coreografias como "Fase", a sua primeira peça, "Quatro movimentos para a música de Steve Reich", "Rosas dançam rosas", "Toccata", "Cassandra", assim como "A Love Supreme" e "West Side Story", que se encontram entre as suas mais recentes criações.
Para a Companhia Nacional de Bailado criou "The Lisbon Piece", no âmbito da primeira Bienal Artista na Cidade de Lisboa, realizada em 2012, por iniciativa do município.
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Durante esse ano, Anne Teresa De Keersmaeker manteve uma ligação com a capital portuguesa, que se traduziu em 12 espectáculos, apresentações no Teatro Camões e no Alkantara Festival, a revisitação de três coreografias suas com a Companhia Nacional de Bailado, a criação de "The Lisbon Piece", um arraial no Martim Moniz e a dança de um fado, cantado por Gisela João, no Centro Cultural de Belém.
Na altura, Keersmaeker também levou a sua dança ao Porto e a Guimarães - Capital Europeia de Cultura, e recebeu a Medalha de Ouro da Cidade de Lisboa.
Anne Teresa De Keersmaeker nasceu em Mechelen, na Bélgica, em 1960, estudou música antes de se dedicar à dança.
Criou a sua própria companhia, Rosas, em 1983, foi convidada a criar a companhia residente do Teatro de La Monnaie, em Bruxelas, em 1992, e ali produziu e trabalhou até 2007.
Recebeu o Prémio de Carreira do American Dance Festival, em 2011, a ordem das Artes e das Letras de França e a condecoração austríaca para a Ciência e as Artes.
O Prémio Europeu Helena Vaz da Silva do Património Cultural é atribuído anualmente a um cidadão europeu que se tenha "distinguido pela difusão, defesa e promoção do património cultural da Europa, quer através de obras literárias e musicais, quer através de reportagens, artigos, crónicas, fotografias, cartoons, documentários, filmes de ficção e programas de rádio ou televisão", segundo o seu regulamento.
O escritor italiano Claudio Magris foi o primeiro laureado do prémio, em 2013.
Seguiram-se o escritor turco e Nobel da Literatura Orhan Pamuk, em 2014, o músico catalão Jordi Savall, em 2015, o cartoonista francês Jean Plantureux, conhecido como Plantu, e o ensaísta português Eduardo Lourenço, 'ex aequo', em 2016, o cineasta alemão Wim Wenders, em 2017, a historiadora britânica Bettany Hughes, em 2018, e a cientista italiana Fabiola Gianotti, em 2019, especialista em Física de partículas, primeira mulher a dirigir a Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear (CERN).
No ano passado, o prémio foi atribuído ao cardeal português José Tolentino Mendonça, responsável pela Biblioteca e o Arquivo Apostólicos do Vaticano.