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Um projeto que leva alunos de arqueologia para o terreno e através do qual já foram descobertas cerâmicas, sementes, uma lareira, que mostram como era a vida destas populações desde a Idade do Ferro ao final do Império Romano.
Com pequenas enxadas, colherins, pás e pincéis nas mãos, os alunos de arqueologia da Faculdade de Letras da Universidade do Porto procuram achados arqueológicos no Castro do Monte Castêlo, em Matosinhos.
Ouvimos o correr da água do rio Leça, o arqueólogo José Manuel Varela explica que onde hoje vemos campos já houve um importante porto comercial e o principal núcleo habitacional de Matosinhos.
Ouça aqui a reportagem da jornalista Rute Fonseca, com sonorização de Joaquim Pedro Rocha
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Este é o quarto ano em que a Câmara Municipal de Matosinhos e o Departamento de Ciências e Técnicas do Património da Faculdade de Letras da Universidade do Porto trabalham em conjunto. Andreia Arezes é professora nos cursos de Licenciatura e Mestrado em Arqueologia da FLUP e explica que "neste momento, há oito quadrículos abertos, já há várias estruturas à vista como uma canalização, uma lareira decorada".
Junto ao Porto de Leixões, este povoado situa-se num ponto estratégico, o que se reflete nos materiais - com 2 mil anos de história - que os arqueólogos vão recolhendo. "Foram recolhidos vários fragmentos de cerâmica, muros e estruturas que corresponderiam à existência de duas casas do Império Romano".
A campanha arqueológica no Castro do Monte Castêlo, em Guifões, também tem uma vertente pedagógica: é uma oportunidade para os alunos finalistas do curso de arqueologia fazerem trabalho de campo e porem em prática os conhecimentos que adquiriram durante o curso.
Nos dias 16 e 17 de maio o trabalho de campo é aberto à comunidade. O objetivo é dar a conhecer este local, desconhecido da grande parte dos habitantes de Matosinhos.
Quem quiser juntar-se aos arqueólogos e fazer trabalho de campo ou simplesmente visitar o Castro do Monte Castêlo, em Guifões, Matosinhos, só precisa aparecer no local nos dias 16 e 17 de maio. A Campanha arqueológica está a decorrer durante todo o mês de maio.