Celebrar Saramago e reativar a cultura. Pilar del Río destaca "vontade política" para centenário do Nobel

A viúva de José Saramago admite, em declarações à TSF, que há limitações económicas, mas não encontrou barreiras "na boa vontade e na imaginação".

As comemorações do centenário de José Saramago "devem servir para exaltar a obra do Nobel da Literatura, mas também para promover a cultura". As celebrações vão decorrer em Portugal e Espanha, entre novembro de 2021 e novembro de 2022, e a viúva de Saramago destaca a "vontade política dos governos".

A Fundação José Saramago está a coordenar as comemorações com os Executivos. Em entrevista à TSF, Pilar del Río, adianta que as atividades em Portugal vão ser anunciadas no início de outubro, mas já levantou o véu sobre o que vai acontecer.

"Vai haver uma série de atividades: balés, teatros, concertos. E, claro, apresentações de livros conferências e debates. Muitas já têm datas marcadas e já sabemos quais são, mas só vão ser apresentadas em outubro. Agora, e de momento, só se sabe que há comemorações do centenário, e sabemos que há vontade política de Portugal e Espanha para que o centenário seja muito bom e a favor da cultura", explicou.

Pilar del Río adianta ainda que o objetivo é que José Saramago seja considerado uma "personalidade para que a cultura ande para a frente". E acrescenta: "Vamos fazer com que muitos possam desenvolver o seu trabalho e que outros possam desfrutar, a partir da ideia do centenário."

A viúva de José Saramago admite, nas declarações à TSF, que há limitações económicas, mas não encontrou barreiras na boa vontade e na imaginação.

"A fundação falou com o Governo português, e encontrou uma resposta estupenda. Dentro das limitações económicas, não nos podemos esquecer que estamos numa crise pandémica e temos recursos limitados. Mas o que temos ilimitada é a imaginação. Contamos, por isso, com imaginação ilimitada, boa vontade e boa disposição", sustenta.

A viúva do Nobel da Literatura explicou ainda que as obras de José Saramago vão estar à venda em edições limitadas, porque "é preciso respeitar e cuidar dos tesouros".

"Saramago fez o seu trabalho, agora temos de reconhece-lo. Os livros estão escritos, são uma maravilha e estão em todo o mundo. Vai haver edições especiais, com capas especiais neste centenário. As editoras sabem que vale a pena: quando temos um tesouro nas nossas mãos, temos de cuidá-lo e respeitá-lo", enaltece.

Algumas das iniciativas já foram apresentadas em Lanzarote, ilha espanhola onde Saramago viveu os últimos anos de vida, e que contou o primeiro-ministro espanhol Pedro Sánchez.

José Saramago nasceu a 16 de novembro de 1922, em Portugal, e morreu em Lanzarote a 18 de junho de 2010. O escritor português foi Nobel da Literatura em 1998.

A 16 de novembro deste ano, cem escolas do ensino básico em Portugal vão promover a leitura do conto infantil do escritor "A Maior Flor do Mundo", numa parceria entre a Fundação José Saramago, a Rede de Bibliotecas Escolares e o Plano Nacional de Leitura.

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