Como assim? A pergunta que leva o teatro aos lugares da cabeça dos jovens

"Quando pensamos juntos, pensamos melhor." A partir de duas longas sessões, dinamizadas pela filósofa Dina Mendonça, a Companhia Cepa Torta partiu à descoberta das inquietações dos jovens. A encenadora Sofia Cabrita deixou-se guiar pela voz e pelas reflexões dos adolescentes, em busca do afeto e da proximidade do outro. O contexto da pandemia está em fundo, e no palco estão as vozes deles a abrir caminho aos dois atores. "Como Assim?"

"Foi de repente. Estava sentado na minha cadeira, a olhar pela janela, quando de súbito um grande furacão varreu todas as pessoas da rua. Num instante..." Os dois atores, Mava José e Cláudia Andrade são as vozes das vozes dos jovens que "vão a todos os lugares das cabeças deles", explica Sofia Cabrita, a encenadora de um espetáculo que procura a importância do afeto na adolescência. "Eles dizem que estar com os outros é uma maneira de nos conhecermos a nós próprios. Aparece uma parte de nós, que nós nem conhecíamos, e vamo-nos completando."

Juntaram jovens do 2.º e 3.º ciclos, ligaram o microfone e gravaram. Duas longas sessões de conversa solta sobre as emoções, sobre o que é importante quando conhecem outras pessoas, sobre os silêncios, "é um espetáculo pensado de raiz com eles, e para eles", descreve Sofia Cabrita, num tempo em que o teatro ficou impedido de ir às escolas, e as escolas continuam a ir pouco ao teatro. A encenadora espera que a peça leve os jovens à sala da Malaposta, que possam passar a palavra, e que apesar da pandemia, "no final do espetáculo, as pessoas possam ficar mais atentas à maneira de estar com o outro, e à importância do outro na construção da identidade".

"Como Assim" estreia dia 4 de dezembro, e fica até 19 no Centro Cultural da Malaposta, em Odivelas.

Mais Notícias

Outros Conteúdos GMG

Patrocinado

Apoio de