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A exposição de venda solidária termina este sábado na Galeria de Santa Maria Maior, em Lisboa. Ali estão obras doadas por fotojornalistas e artistas plásticos, cuja venda reverte na totalidade para a Associação Ukrainian Refugees UAPT (https://helpua.pt/pt). A outra exposição, na galeria Carlos Paredes da Sociedade Portuguesa de Autores, fica até 2 de Setembro. Um testemunho da guerra em 48 revelações disparadas por 12 fotojornalistas portugueses.
Quatro das 48 fotografias expostas são de André Luís Alves. O fotojornalista, que permaneceu na Ucrânia entre Fevereiro e Maio, ilustra as imagens escolhidas para a exposição, compondo a memória e juntando os fragmentos que o fizeram disparar e registar aquele instante.
O olhar ferido e sereno de Marina Andriyajl, num dos hospitais de Mykolaiv "espantou-me a calma dela e um olhar meio vazio, meio perdido, que diz tudo sobre esta guerra", e o cemitério improvisado no Park de Bétulas em Yaliv, depois do cerco das tropas russas a Chernihiv, que durou 39 dias e fez mais de 700 mortos "é um silêncio que grita, ensurdecedor".
Duas legendas entre as muitas que nos convidam a refletir e a sentir o que Richard Zimler escreve no texto de apresentação da exposição "Todos os dias, fotógrafos audaciosos arriscam as suas vidas para documentarem o sofrimento causado por violências atrozes e conflitos armados - e também para nos lembrarem a necessidade absoluta de estabelecer a paz."
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A imagem de um Cristo do século XV, retirada duma Igreja Ortodoxa, em Lviv é outras das escolhas de André Luís Alves para a exposição na SPA, e é também a foto que está na galeria de Santa Maria Maior para venda solidária, pelo valor de 1000 euros.
Esta exposição já angariou mais de 6 mil euros, numa parceria entre a Junta de Freguesia de Santa Maria Maior e a associação CC11, de Bruno Portela, que promove e divulga projetos na área do fotojornalismo e da fotografia documental em Portugal, através de exposições de edições de livros, conferências e formações.
A entrada é gratuita.