El Presidente: "Um bom menu de entrada para o Mundial"

Albano Jerónimo é João Havelange na série que esta sexta-feira estreia na Amazon.

Oito castings à distância, seis meses de rodagem no Uruguai, três horas de maquilhagem diária: "Depois destas camadas de tinta, olhando-me ao espelho, vi que podíamos construir o nosso Havelange." O antigo e poderoso presidente da FIFA é interpretado pelo actor Albano Jerónimo numa viagem de oito episódios, que vai muito para lá das quatro linhas de jogo. El Presidente, o que ele andou para aqui chegar!

O bom, o mau "e uma linha muita fina de humanidade, deste quase Corleone do futebol". Numa frase, Albano Jerónimo retrata a figura de João Havelange, tal como a quis representar, tal como lhe dá vida nesta série que agarrou com a visão de jogo que tem revelado e agora lhe permite ser, pela primeira vez, protagonista duma série internacional de streaming.

Primeiro foi o guião. "A escrita do guião, da autoria do Armando Bó, já era um carimbo muito forte, depois esta figura completamente misteriosa, nunca fiz um biopic, nunca tinha sido protagonista numa série internacional de streaming, o desafio de estar a testar-me ao fim de tantos anos de trabalho, noutras línguas, noutros mercados, Ok, este é o momento certo."

Mas esteve por um fio, e prestes a desistir do jogo. "Já estou farto da espera, não sei quando vai acontecer, se vai acontecer sequer, tenho outras propostas". Não fora a agente, Cecília Mateus, a quem agradece a inteligência emocional de saber aguardar e aconselhar, "sem ela eu não estaria aqui".

Aqui e agora, Albano Jerónimo é João Havelange.

Mas também o ouvimos falar da família que aumentou durante a rodagem, com o nascimento da pequena Helena, dos Esteiros, em Alhandra, onde tudo começou, e do jogo da Glória (nome da mãe) "porque é preciso estar sempre a voltar à casa de partida." E claro, do Orçamento para a Cultura, cuja resposta começa por um longo suspiro.

A séria da Amazon Prime Video estreou esta sexta-feira, a poucas semanas do Mundial do Catar. "É um bom menu de entrada para o Campeonato", sugere o actor, "porque nos expõe o modus operandi de como a FIFA se agigantou, como chegámos ao Catar, como os meandros do Fifagate e do Football Leaks têm ecos", e parte do futebol para falar de política, "a complexidade das relações de poder, o racismo instalado neste clube europeu dos brancos, o papel das mulheres, e a mercantilização do movimento dum jogo de futebol para um negócio brutal materializado agora no Catar".

São oito episódios num registo de comédia e de paródia, sem margem para branqueamentos: "Linha cronológica muito fidedigna aos acontecimentos, personagens profundas, muito bem escrita, banda sonora incrível."

A série não tem transmissão em canal aberto, mas já rola numa televisão perto de si.

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