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A Universidade UMass Amherst considera que Lídia Jorge "é uma das vozes mais representativas da geração pós-revolução em Portugal". A escritora, que já se encontra nos Estados Unidos, afirma que tem apenas tentado ser testemunha do seu tempo. "Um tempo de grandes transformações", sublinha.
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"A minha geração assistiu a mudanças magníficas em Portugal e na Europa", continua. Mas, em simultâneo, são "tempos que provocam pensamentos sobre o que é o destino do ser humano, que continua a desentender-se, mas também a criar sonhos magníficos".
Lídia Jorge mostra-se feliz e agradecida pelo reconhecimento que a Universidade norte-americana lhe está a conceder ao criar uma cátedra em seu nome, mas acredita que a estratégia levada a cabo pelo Instituto Camões, de valorizar a língua portuguesa, tem peso nesta decisão. "Numa altura em que as universidades estão a colocar a literatura e as línguas num plano bastante marginal, o Instituto Camões tem essa estratégia de valorizar espaços universitários com nomes de escritores", sublinha.
Ouça a reportagem.
Lídia Jorge tem, desde 2020, outra cátedra com o seu nome na Universidade de Genebra onde, para além da sua obra, são estudados outros escritores de língua portuguesa, alguns dos quais se têm deslocado à Suíça para falarem com os alunos.
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Nos Estados Unidos a escritora viu ser publicado recentemente o livro "O Vento Assobiando nas Gruas", editado em Portugal já em 2002 e que está a ser um sucesso do lado de lá do Atlântico.
Fala de um assunto que "está hoje na ordem do dia, o tema do racismo e do desentendimento entre culturas", um tópico sempre atual na sociedade norte-americana. "Teve aqui uma repercussão mais importante do que eu julgava", afirma surpreendida.
Na inauguração da cátedra LÍdia Jorge, esta terça-feira, dia 5 de abril, a editora afirma em comunicado que"vai acontecer um colóquio dedicado à sua obra, toda ela publicada pela Dom Quixote, que terá como intervenientes vários professores de Estudos Portugueses, entre eles, Ana Paula Ferreira, da Universidade do Minnesota, que centrará a sua intervenção na "Ficção de Lídia Jorge e a Promessa de Democracia" e uma comunicação que será feita pela própria autora".
A escritora tem os seus livros traduzidos em mais de 20 línguas.