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O presidente da Associação Portuguesa de Museologia ficou estupefacto com a indicação de Rita Rato para a direção do Museu do Aljube e considera que é problemático escolher pessoas sem formação em história ou museologia para dirigir museus.
João Neto coloca de parte a questão pessoal relativa a Rita Rato, mas considera que ao olhar para os requisitos pedidos para as funções se fica "estupefacto com a falta de adequação do seu currículo académico, mas também sobretudo experiência profissional para aquilo que a Empresa de Gestão de Equipamentos e Animação Cultural (EGEAC) solicita".
Aliás, o responsável nota que existe uma lei que especifica a necessidade de uma especialidade em museus e não entende que a mesma "não seja colocada em prática". Neste sentido, aponta até às universidades, que não se insurgem e "não vêm chamar a atenção" para o facto de os seus alunos não estarem nestes cargos.
A EGEAC disse ao Público ter escolhido a antiga deputada do PCP pela entrevista e por ter defendido uma visão integrada para o museu, incluindo uma proposta de programação.
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João Neto considera o argumento insuficiente e questiona até se esse "trabalho ou programa" que deu o lugar a Rita Rato "foi proposto a todos os candidatos".
Além disso, e tendo a entrevista sido também um ponto de seleção, João Neto realça que a capacidade oratória que Rita Rato adquiriu como deputada não fazia parte dos requisitos.
"Qualquer deputado da AR estaria preparado para aquelas funções e não foi isso que a EGEAC solicitou", ressalva, sublinhando que "os requisitos estão completamente errados".
João Neto lamenta que seja dada menos atenção à formação no setor da Cultura por comparação à economia e às ciências. "Se calhar o futuro do BdP poderia ser uma pessoa da história económica e impacto que determinados erros tiveram na sociedade", sugere.