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Três países, catorze músicos e um maestro. Será em Lisboa, que se vai escrever o último dos três encontros às cegas. Pedro Figueiredo antecipa "uma experiência mais nutrida", depois das atuações em Bremen e Lugo, e fala de um "momento único", insinuando um espetáculo que é para se ouvir e para se ver.
Ouça a reportagem de Teresa Dias Mendes.
De tal forma que o próprio maestro assume uma postura menos tradicional," algumas peças exigem gestos menos convencionais para despoletar secções e ritmos, de forma que existe aqui uma certa performance, e nalgumas peças a figura do maestro pode chamar a atenção". Flexibilidade, leveza, notas dissonantes, instrumentos feitos à medida das peças, como acontece na composição do galego Ramón Souto, é tudo parte de "uma experiência singular" sugere o maestro Pedro Figueiredo, inspirada pelo pensamento de José Saramago, pelas suas palavras, em particular pelo Ensaio sobre a Cegueira.
Em palco, celebra-se o reencontro, após a clausura provocada pelos confinamentos, só não vai ser possível ainda vendar os olhos ao público, como se desenhava no projeto original "entrariam vendados durante os primeiros minutos, sentavam-se aleatoriamente, e quando tirassem a venda cumprimentavam as pessoas que estavam mais próximas". Será, pois, de olhos bem abertos que pode assistir a este Blind Date.
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New Babylon (Galiza e Portugal) e Vértixe Sonora (Alemanha) são os dois Ensemble que vão interpretar as composições de Ângela da Ponte, Ramón Souto e Alexander Muller. O convite para o concerto cita uma passagem do livro ENSAIO SOBRE A CEGUEIRA: "Se eu voltar a ter olhos, olharei verdadeiramente os olhos dos outros, como se estivesse a ver-lhes a alma."
New Blind Date, domingo às 19h, no Centro Cultural de Belém.