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Os anos passam e a degradação vai ganhando terreno no emblemático Teatro Portalegrense. Há três anos foi notícia quando apareceu à venda no OLX por 350 mil euros. Houve interessados, mas ninguém o comprou e hoje vai servindo de abrigo aos pombos.
A proprietária Alexandra Sequeira, que herdou o teatro inaugurado a 20 de junho de 1854, com o drama "O Alfageme de Santarém", de Almeida Garret, lamenta que até aos dias de hoje não tenha surgido quem queira ficar com o edifício histórico em pleno centro da cidade.
Afinal, trata-se do sexto teatro mais antigo do país, onde a última peça subiu ao palco em 1985, tendo Amélia Rey Colaço efetuado a derradeira aparição durante a peça "El-Rei Sebastião", de José Régio. O edifício viria ainda a acolher a sede de um clube desportivo e também sessões da Igreja Universal do Reino de Deus.
"É uma pena, mas não posso fazer nada. Chegámos a ter um contrato promessa de compra e venda com umas pessoas que tinham um bom projeto para Portalegre, mas desistiram. O edifício continua à venda", revela, acrescentando que o imóvel já precisa de "algumas obras" de reabilitação.
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Porém, Alexandra Sequeira não tenciona gastar dinheiro na sua recuperação. "Eu vou investir no edifício para quê? Não dá para habitação nem comércio, só serve para teatro", diz, recordando que, como já tinha avançado a autarquia, o edifício está situado numa zona de proteção de património.
"De vez quando vamos lá, porque os pombos partem as janelas e isso é complicado", lamenta a proprietária, admitindo que talvez a autarquia um dia possa tomar conta deste secular património. Quando essa hipótese foi levantada, há três anos, a autarquia avisou que quem comprar o teatro terá regras a cumprir, precisamente devido à localização do imóvel.