Nanni Moretti
Festival de Cannes

Obras-primas de veteranos italianos: Moretti e Bellochio elevam o nível em Cannes

Nesta reta final do festival, o sol substituiu a chuva e os estudantes de cinema de todo o mundo substituem os compradores e vendedores do mercado que está a fechar. Enfim, uma renovação em Cannes que injeta juventude nas salas e na Croisette. Mas é curiosamente um filme "de velho" que conquista mais atenções. Il Sol Delle'Avvenire, obra tão leve como pesada de Nanni Moretti, de novo a falar do partido comunista italiano, de novo a falar de si como realizador. Uma obra-prima tão desencantada como esperançosa. Um raio de luz que é ao mesmo tempo um drama sobre divórcio, um musical e uma carta de ódio à Netflix.

Nem de propósito, outro grande filme italiano passou na competição na mesma altura, Rapito, de Marco Bellochio, agora a filmar a história verdadeira do caso Mortara, uma criança judia raptada pelos católicos em 1858 em Bolonha. Um projeto que esteve quase nas mãos de Spielberg. Cinema de emoções poderosas e pronto a provocar um debate social sobre os fanatismos religiosos.

Da América, um postal vintage dos anos 50, Asteroid City, de Wes Anderson, uma fantasia plástica sobre uma cidade do deserto americano que testemunha o aparecimento de uma nave espacial. O cinema geométrico e estetizante do autor de Grand Budapeste Hotel parece vazio de novas ideias. É até agora a maior deceção de uma competição de muito bom nível.

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