- Comentar
Estamos Diante de vários regressos, daí o "s" de regresso, regressos. Não é Ulisses que regressa,
mas sim Ajax, e tantos outros. Jean-Pierre Sarrazac, manda este texto a Fernando Mora Ramos,
em 2000, um texto que mais tarde passa a livro. É a guerra da Bósnia que está em fundo, a ressoar,
mas agora, mais audível também pode ser a guerra da Ucrânia, a marcar o ponto.
Fernando Mora Ramos, fala na violência destas guerras, que transbordam do mais intimo da natureza humana, a começar pela violação das mulheres como forma de semear o obscuro sentido
Subscrever newsletter
Subscreva a nossa newsletter e tenha as notícias no seu e-mail todos os dias
violento de um guerra absurda.
Há aqui também, neste regresso, ou nestes muito regressos, a volta à vida normal. Navegando no rio de sangue que deixou, na guerra volta a casa, mas a mulher não o reconhece, é também essa obsessão do regresso à vida que tinha antes, aquela vida outra vez normal.
Uma sombra de desespero mas Fernando Mora Ramos, sublinha que, no entanto, há sempre esperança, há uma qualquer coisa que impele, para sacudir esses fantasmas e voltar a viver uma vida que se possa viver.
Num espetaculo onde não há nomes, como se cada uma das figuras, pudesse representar as várias mulheres, os vários homens, todos os que viveram uma guerra e querem de alguma forma, voltar a viver, ter um regresso.
Ficha Artística
AUTOR | Jean-Pierre Sarrazac
TRADUÇÃO | Isabel Lopes
ENCENAÇÃO | Fernando Mora Ramos
INTERPRETAÇÃO | Isabel Lopes, Beatriz Antunes, Mafalda Taveira, Marta
Taveira, Fábio Costa, João Costa e Nuno Machado
DESIGNER DE SOM E COMPOSITOR | Carlos Alberto Augusto
DESENHO DE LUZ | Jorge Ribeiro
CENOGRAFIA | Ricardo Neto
Ajax Regresso(s) está na sala estúdio do Teatro da Rainha, nas Caldas da Rainha, e fica de quarta a sábado até 8 de abril.