Percentagem da cultura no OE "é muito pequenina". BE exige reforço de verbas para artistas

Catarina Martins desafia Pedro Adão e Silva a apoiar as candidaturas que cumpriram os critérios do júri, mas que, mesmo assim, não foram apoiadas.

Numa união pelas Artes e vestidos de negro, os agentes da cultura estão, esta quarta-feira, a manifestar-se à porta do Parlamento, ao mesmo tempo que o ministro Pedro Adão e Silva é ouvido na Assembleia da República. Também presente no protesto esteve a líder do Bloco de Esquerda. Em declarações aos jornalistas, Catarina Martins exigiu um reforço de verbas para a cultura.

"O governo já tinha reforçado com 80 milhões de euros a meio do concurso, eu posso fazer agora o mesmo e conseguiria fazer esta justiça básica de apoiar o que já estava previsto ser apoiado. A cultura no Orçamento do Estado como um todo pesa 0,25%, a parte das artes é das mais pequeninas. Para que as pessoas tenham noção, porque às vezes quando se fala de milhões pode parecer muito, na verdade estamos sempre a falar de percentagens muito pequeninas do que é a riqueza nacional para fazer algo que é muito importante, que é ter qualificação, cultura e arte em desenvolvimento no nosso país", afirmou.

Catarina Martins desafiou ainda o ministro da Cultura a dar apoios às candidaturas que cumpriram os critérios do júri, mas que, ainda assim, ficaram fora dos apoios.

"As candidaturas foram aceites, estamos a falar de pessoas que fizeram candidaturas a financiamento público para o seu trabalho na cultura, na arte, com as escolas, com as autarquias, e que foram avaliadas pelo júri como tendo de ser apoiadas. Depois o Governo prometeu que ia apoiar estruturas, mas na verdade não pôs o dinheiro suficiente nos concursos", refere a líder do Bloco de Esquerda

"O que o governo tem de fazer não é mudar as regras, é seguir o que o júri disse e as candidaturas que o júri aprovou para serem apoiadas terem um apoio", sustenta.

Centenas de pessoas estão concentradas esta quarta-feira em frente à Assembleia da República, em Lisboa, num protesto de "gente unida pelas Artes e Cultura", que no imediato reivindica um reforço da dotação dos apoios sustentados às artes para 2023/2026.

Os manifestantes, a maioria vestida de preto como era pedido pela organização do "Protesto pelas Artes", começaram a reunir-se no fundo das escadarias do parlamento pelas 08h30.

Cerca de uma hora depois eram já algumas centenas, num protesto silencioso, em que alguns empunhavam folhas de papel nas quais se liam frases como "gente unida pelas Artes e Cultura", "justiça para a Cultura" ou "demissão Adão", em referência ao ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva, que está a ser ouvido na comissão parlamentar de Cultura desde as 09h00.

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