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As memórias são o tema desta edição do projeto ComUnidade. Para compor a peça "Teatro de Operações", a Zunzum foi às memórias dos bombeiros voluntários de Viseu, conta Márcia Leite, da direção artística. "Era interessante cruzar as nossas memórias com as memórias daqui" (dos bombeiros). A companhia tem um protocolo com a corporação local, que lhe disponibiliza o espaço para ensaiarem e prepararem a encenação.
A obra que sobe agora à cena é comunitária, feita com atores voluntários, da comunidade, que começam por realizar jogos e dinâmicas para se conhecerem. A também membro da direção artística, Filipa Fróis, descreve na reportagem áudio como o espaço do antigo quartel dos bombeiros de Viseu vai ser aproveitado para as cenas e de como construíram a história a partir das memórias dos participantes, mas também de dois bombeiros que foram entrevistados.
Ouça a reportagem no "Teatro de Operações", com sonorização de Pedro Picoto.
Maria Eduarda, ou Eduardinha como carinhosamente lhe chamam, é uma das voluntárias. Também ela traz à peça as suas memórias. Conta que foram "muitos domingos interessantes, de diversão, de ajuda. Foram tempos gloriosos".
A peça "Teatro de Operações" vai desde a sala de convívio à torre de exercícios dos bombeiros e é a apresentação pública de cerca de seis meses de trabalho com a comunidade local. Em cena, o envolvimento da comunidade traz a todos mais do que memórias. Para Eduardinha "é muito gratificante ter de sair da solidão, voltar a estudar. É maravilhoso. Tudo o que é cultural vale sempre a pena".
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"Teatro de operações", o nome que os bombeiros dão, quase sempre, ao local da ocorrência, é agora também o nome dado pela Zunzum à peça que usa o quartel dos bombeiros como palco. Algumas cenas desenvolvem-se à volta de acontecimentos que marcaram a história desta corporação de bombeiros, como por exemplo o acidente entre dois comboios, em Alcafache, na linha da Beira Alta, em 1985.
A peça estreia esta noite, pelas 21h, no antigo quartel dos Bombeiros Voluntários de Viseu e tem reposição depois no sábado e no domingo, Dia Mundial do Teatro. A estreia coincide com os 136 anos da corporação de bombeiros de Viseu e a assistência está limitada a 30 pessoas porque a encenação percorre os vários espaços do antigo quartel.