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É dança, música, palavra, vídeo. É sobretudo um espetáculo que evoca a memória de Amália. "Desde o momento em que as luzes se abrirem, o público irá perceber logo que ali está Amália", garante José Laginha. O artista, conjuntamente com Marlene Vilhena, concebeu o espetáculo e vai estar em palco. É um dos dois bailarinos em cena, onde estará também o ator André Teodósio que irá reproduzir citações de Amália, mas também textos dele próprio e de Gonçalo M. Tavares, de Clarice Lispector, entre outros.
A música que se vai escutar ao longo do percurso dramatúrgico não é indiferente. Cinco pianistas e compositores que, de algum modo, estão ligados ao fado, foram desafiados e criaram originais que se ouvirão ao longo desta peça dançada. São eles Mário Laginha, Júlio Resende, João Paulo Esteves da Silva, Filipe Melo e o espanhol Raul Refré.
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"Um pedido - por favor, dê-me um Exemplar de Deus" termina com o fado Abandono, ou fado Peniche como foi posteriormente chamado, um dos mais emblemáticos da história do fado. "É um hino à liberdade", afirma José Laginha.
"É um fado em que só em particular Amália assumiu que era político". A peça começa também com um acontecimento particular da vida a fadista, numa altura em que se encontrava em Nova Iorque e teve pensamentos suicidas. "Felizmente não se suicidou e foi a dança que a salvou", sublinha o bailarino.
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Amália chegou a afirmar que, no hotel em que se encontrava, visionar os filmes de Fred Astair a dançar lhe tinham dado ânimo para continuar a vida.
O espetáculo "Um pedido - por favor, dê-me um exemplar de Deus" sobe ao palco esta noite, no Cine-Teatro Louletano.