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A Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal desconhece para já as medidas que vão ser anunciadas após novo Conselho de Ministros para preparação do estado de contingência que entra em vigor a 15 de setembro, mas admite estar preocupada com um possível agravamento das restrições.
Ana Jacinto, secretária-geral da AHRESP, conta à TSF que o setor do turismo e da hotelaria tem sofrido perdas muito significativas e argumenta que mais rigidez nas regras só trará mais problemas. "A situação que vivemos hoje já é tão dramática que qualquer entrave a mais que seja colocado, seja do ponto de vista das restrições de horários ainda maiores do que as que já temos, sejam restrições que tenham impacto para a atividade do turismo, é um problema."
Ouça Ana Jacinto, sobre a situação do turismo em Portugal.
"A época de verão está a acabar e temos de aproveitar ao máximo os últimos dias que ainda permitem usufruir do bom tempo e das esplanadas", comentou ainda a representante da associação. Ana Jacinto salienta que por esta altura "há pessoas que ainda se encontram em teletrabalho e outras ainda estão a usufruir de medidas similares ao lay-off simplificado, com salários diminuídos e pouca confiança, por isso não há turistas".
A AHRESP tem realizado inquéritos para avaliar o impacto da pandemia no setor. O mais recente, do início deste mês, dá conta de algum alívio em agosto, mas não o suficiente. "Em agosto usufruímos, em algumas regiões, da circulação do nosso turismo interno, mas isso não foi suficiente para mudar o panorama dramático que este setor vive", o que significa que "nem o mês de agosto serviu para salvar este setor de atividade".
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Ana Jacinto apresenta estatísticas preocupantes para o setor.
A secretária-geral da AHRESP salienta também que no caso dos bares e discotecas a situação é ainda mais dramática, por estarem de portas fechadas há meio ano. "Cerca de 38% das empresas de restauração pretendem avançar para a insolvência, mais de 70% das empresas de restauração dizem-nos que têm quebras de faturação de 40% em período homólogo." As estatísticas pessimistas não acabam aqui: "Cerca de 9% não conseguiram pagar salários, 10% só pagaram salários de forma parcial. Cerca de 16% das empresas de alojamento turístico dizem que não terão alternativa senão seguir para insolvência."
* e Catarina Maldonado Vasconcelos