Associação Comercial do Porto pede fim da TAP e criação de nova companhia aérea

Exemplo de Itália, onde a Alitalia dá lugar à nova companhia ITA, é apontado como modelo a seguir em Portugal.

A Associação Comercial do Porto quer que o Estado português acabe com a TAP e que seja criada outra companhia aérea no seu lugar. O apelo foi feito numa carta enviada à Direção-Geral da Concorrência da Comissão Europeia.

Depois de a Comissão Europeia ter autorizado Itália a lançar uma nova companhia aérea, a ITA, com dinheiros públicos para substituir a Alitalia (a maior companhia aérea italiana, equiparável à TAP em Portugal), a Associação Comercial do Porto pretende ver uma solução semelhante aplicada à realidade portuguesa.

Em declarações à TSF, o presidente da associação, Nuno Botelho, defende que não faz sentido que os contribuintes gastem tanto dinheiro para salvar a TAP.

"A nossa intenção é clara: é que se acaba com a TAP e que se crie uma outra companhia que preste o serviço, tal como é feito em Itália, com uma companhia maior do que a TAP, num país muito maior do que Portugal, que precisa de ser servido por companhias aéreas muito mais até do que Portugal", argumenta Nuno Botelho. "Se eles conseguem fazer, nós também seríamos capazes", alega, afirmando não compreender o argumento invocado de que tal operação teria "custos absolutamente descontrolados".

"Faria todo o sentido, pelo menos, analisar a questão. O nosso pedido é que a Comissão Europeia analise isso de forma absolutamente clara", esclarece Nuno Botelho.

A Associação Comercial do Porto considera que o fim da TAP permitiria libertar dinheiro do Estado para, por exemplo, captar rotas para o Porto e para Faro.

Os comerciantes querem "um plano de investimentos nacional para a captação de rotas" e lembram que estas tanto podem ser feitas pela TAP como por outras companhias. "Nós precisamos é do serviço, não precisamos necessariamente que a companhia se chame TAP", atira Nuno Botelho.

"Já que a TAP não presta esse serviço, quer ao Porto, quer a Faro, entendemos que precisamos de captação de rotas e, para isso, precisamos dos recursos financeiros (...) que estão a ser absolutamente absorvidos pela TAP", acrescenta.

A Direção-Geral da Concorrência da Comissão Europeia anunciou, em julho, a abertura de uma investigação aprofundada às ajudas de Estado à TAP.

Além da Associação Comercial do Porto, o plano do Estado português para a TAP enfrenta ainda a oposição da companhia low-cost Ryanair, que avançou com um recurso contra a injeção de dinheiro feita para salvar a companhia aérea.

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