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As empresas de transporte de mercadorias querem que o Governo crie um regime excecional semelhante ao que criou para os senhorios - impedindo um aumento das rendas acima dos 2%, mas compensando-os automaticamente - para combater o aumento dos preços das portagens em 2023.
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Num momento em que a Brisa, por exemplo, já anunciou o envio ao Governo de uma proposta de subida de preços de 10,44%, a Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias (ANTRAM) alerta que o setor não aguenta um aumento desta ordem, apesar de também acreditar que este "nunca chegará a ver a luz do dia".

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Se chegarem a materializar-se, explica André Matias de Almeida, "tudo isto tomará proporções diferentes do ponto de vista económico", pelo que o Governo "à semelhança do que já fez com os arrendamentos, terá de impor um limite a estes aumentos de portagens".
A ANTRAM alerta que as portagens "já aumentaram cerca de 1% este ano" e que o aumento agora previsto "representa mais do que o aumento nos últimos quatro anos anteriores", o que "não é comportável".
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André Matias de Almeida alerta que o aumento previsto "não é comportável".
Caso estes aumentos acabem por concretizar-se, alerta André Matias de Almeida, com o Governo e as concessionárias a tomarem a lei como escudo, as empresas diz não ter alternativa: os preços dos serviços que prestam vão subir e isso terá consequências.
"Resta pouca dúvida de que esta alteração dos preços das portagens só poderá imediatamente redundar no aumento dos preços do transporte para todos os clientes e, por consequência, no aumento dos preços das mercadorias", assinala.
Com o que diz ser uma posição "responsável do ponto de vista social", a ANTRAM entende que "os custos e os sacrifícios devem ser repartidos numa altura extraordinária".
"Custos e sacrifícios devem ser repartidos."
"É por isso que achamos que, ainda que muitas dessas empresas possam eventualmente aumentar o custo, isso não é benéfico para ninguém, nem para a economia em geral", explica.
Para tentar resolver a situação, a ANTRAM apela ao Governo que "decida o que quer fazer" e recupera algumas propostas que tem vindo a defender.
"Em determinados períodos mais 'mortos' - meio da manhã ou meio da tarde - os preços deviam ser mais baixos nas autoestradas para que estes veículos pudessem circular mais nas autoestradas e menos nas estradas nacionais, evitando demoras para as pessoas, acidentes e aborrecimentos" que nascem dos limites de velocidade mais baixos para os veículos.
Na "proposta cega" das concessionárias, a associação diz encontrar algo que "não atende ao momento extraordinário" a nível económico.