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Os Bancos ainda colocam algumas dificuldades a quem quer renegociar os créditos à habitação, na sequência dos aumentos das taxas de juro que se tem assistido nos últimos tempos, disse esta quinta-feira, Natália Nunes, coordenadora do gabinete de proteção financeira da associação de defesa do consumidor.
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"Continuam a haver muitas barreiras que são colocadas às famílias, que as impede de renegociarem os seus créditos. A verdade é que a informação, muitas vezes, não é clara e transparente para as pessoas", sublinhou em declarações à TSF.
Ouça as declarações de Natália Nunes
As famílias com menores rendimentos e com maiores taxas de esforço são as que mais dificuldades acabam por sentir nestas alturas e que mais dificuldades sentem para resolverem a situação.
"A verdade é que a Euribor continua a aumentar. Nós sabemos que as pessoas têm em regra crédito à habitação com taxa variável indexada a seis meses. Outra parte das famílias tem muito a um ano. E sempre que existem estas revisões, as famílias, em especial aquelas que tem menos rendimentos ou taxas de esforço elevadas, são as que mais sofrem e as que maiores dificuldades", disse a coordenadora do gabinete de proteção financeira da Deco.
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Natália Nunes recomenda que se vá estando atento à evolução da Euribor e, sobretudo, que se façam simulações.
"É ir fazendo simulações e ir vendo qual é o impacto que a taxa está a ter na prestação do crédito à habitação. Mal se detete que existem, ou que podem existir dificuldades, contactar o banco. Se o banco levantar resistências e verificar que não existe abertura para dar informação, o consumidor tem sempre ao seu dispor o livro de reclamações, que pode utilizar", disse.
Conheça as recomendações da DECO
Está disponível no site do Banco de Portugal um simulador, para que as pessoas possam ter uma visão e ir ajustando o seu orçamento familiar à subida mensal da Euribor.