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O programa que o governo vai criar para lidar com o aumento das dificuldades dos clientes de crédito à habitação pode ter um efeito secundário no acesso futuro ao crédito por parte desses clientes. O diploma, que obriga os bancos a renegociarem os créditos à habitação com os clientes quando a taxa de esforço destes for ultrapassada, vai implicar que o cliente fique sinalizado como cliente de risco.
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De acordo com o jornal Económico desta sexta-feira, que cita fontes do setor bancário, a sinalização decorre de uma diretiva europeia, que diz que sempre que um cliente renegocia um contrato de crédito, essa ação passa a estar presente na ficha de cliente. É uma espécie de alerta, que leva, automaticamente, a um aumento do risco desse cliente.
Quando o novo diploma do governo for aprovado - o que deverá acontecer no próximo Conselho de Ministros -, os bancos terão de renegociar com os clientes em dificuldades por causa dos aumentos das taxas de juro.
Contudo, segundo o jornal Económico, fontes do setor avisam os clientes que só devem partir para a reestruturação do crédito em caso de grandes dificuldades. Isto porque, ao fazê-lo, vão ficar sinalizados como clientes reestruturados, com todas as implicações que isso tem junto da banca.
O jornal Económico escreve ainda que o alerta, que passa a ser mostrado na ficha de cliente, não impede o acesso ao crédito, mas agrava as condições em que esse acesso acontece.
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