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Os especialistas da Comissão Europeia perspetivam um crescimento de 5,8% da economia, depois de um arranque forte no início do ano. Turismo e setor dos serviços deverão "recuperar fortemente", com o regresso dos estrangeiros a Portugal. Ainda assim, em 2023, o crescimento deverá desacelerar para cerca de metade, ficando pelos 2,7%.
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A partir daqui, o cenário torna-se mais cinzento, com os preços elevados das importações de energia a pesarem no saldo da conta corrente. Ainda assim, Bruxelas admite que possa haver melhorias no próximo ano, considerando que os custos da energia caiam em certa medida.
A agressão da Rússia à Ucrânia também ameaça o crescimento da economia portuguesa, embora, devido a uma "baixa exposição direta à região afetada" pela guerra, o risco seja principalmente devido ao "aumento do preço das matérias-primas, dos problemas para a segurança das cadeias de abastecimento e da incerteza sobre a procura global".
Prevê-se que a inflação "atinja o pico" no segundo trimestre deste ano, depois "modere gradualmente para taxas médias anuais de 4,4% este ano e 1,9% no próximo".
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No ano passado, o défice situou-se nos 2,8%, e Bruxelas calcula que as finanças continuem a melhorar nos próximos dois anos. Neste contexto, projeta "uma diminuição do défice para 1,9% do PIB em 2022 e para 1% em 2023".
A Comissão Europeia espera que o levantamento das medidas económicas temporárias de resposta à pandemia contribua para reduzir o défice.
No boletim macroeconómico da primavera, Bruxelas salienta que "Portugal está a implementar medidas adicionais para mitigar o impacto dos preços elevados da energia em 2022, que incluem uma combinação de isenções fiscais e novos subsídios a empresas e famílias".
A previsão também incorpora as despesas financiadas pela bazuca europeia, que "deverão aumentar gradualmente para 1,3% do PIB em 2022, e para 1,6% em 2023".
Este ano, "o investimento público deverá acelerar para mais de 3% do PIB e permanecer em um nível historicamente alto em 2023", com o apoio do plano de recuperação e resiliência.
O rácio da dívida pública em relação ao PIB desceu para 127,4% em 2021, e vai manter uma trajetória de declínio constante ao longo dos próximos dois anos, devendo ficar em 119,9% do PIB em 2022 e 115,3% em 2023, já abaixo do nível pré-pandemia.