"Casas não são para enfeitar cidades." Empresas instadas a seguir exemplo da EPAL e arrendar património desocupado

A Associação dos Inquilinos Lisbonenses e o presidente da Junta de Freguesia de Santa Maria Maior ficaram surpreendidos com a notícia de que a EPAL vai arrendar mais de 100 casas.

A revelação do presidente do Conselho de Administração da EPAL, José Sardinha, de que a empresa tem património suficiente para colocar no mercado mais de 100 casas - que agora pretende arrendar a preços "controlados" - surpreendeu a Associação dos Inquilinos Lisbonenses.

"É uma surpresa que a EPAL tenha mais de 100 casas desocupadas na cidade de Lisboa, quando há uma enorme pressão para haver casas disponíveis", diz António Machado, secretário-geral da Associação dos Inquilinos Lisbonenses, em declarações à TSF.

Esta é "uma boa notícia", considera, apesar de "tardia". António Machado considera "estranho", além de "muito sério, muito grave", que a empresa tivesse um património tão vasto disponível e só agora sejam traçados planos para lhe dar uso.

"É uma necessidade objetiva", reforça. As casas devolutas, "sejam propriedade do público ou de instituições diversas, têm que ser utilizadas. As casas não são para enfeitar as cidades, são para serem utilizadas. O que é lamentável é não estarem a ser utilizadas já não sei há quantos anos".

Também Miguel Coelho, presidente da Junta de Freguesia de Santa Maria Maior, onde se localiza grande parte do património da EPAL, se diz surpreendido.

"Se a EPAL tem edificado que não está a ser utilizado, acho muito bem que seja reconvertido em habitação para aluguer a renda acessível", afirma. "Não resolve o problema, mas já é uma grande ajuda e porventura também nos dá um respaldo (...) para o arrendamento coercivo daquelas casas que também estão escandalosamente devolutas há muitos anos".

A EPAL pode não ser caso único, nota. O autarca apela às empresas tenham espaços vazios adequados para habitação que se chegue à frente e para as colocar no mercado de arrendamento.

"Se há empresas que têm edificado que não está a ser utilizado, ou que está a ser explorado comercialmente indevidamente deveria ser colocado para habitação há mais tempo", defende. Miguel Coelho.

Em entrevista no programa Vida do Dinheiro, o presidente do Conselho de Administração da EPAL assegurou que as casas propriedade da empresa seriam colocadas no mercado "com rendas controladas".

Para António Machado, o valor justo para o que se considera uma renda acessível não deve ir além dos 350 ou 400 euros, valor em linha com o rendimento médio e tendo em conta uma taxa de esforço de 35%.

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