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O ministro das Finanças avisa que se a proposta do Governo do Orçamento do Estado for chumbada, vai dificultar a injeção de fundos do Plano de Recuperação e Resiliência. João Leão defendeu esta sexta-feira que se o país tiver de viver em duodécimos, não haverá garantias da execução total da chamada "bazuca".
"A inexistência de um novo Orçamento cria dificuldades na execução do PRR", afirmou o ministro das Finanças esta manhã numa entrevista ao jornal ECO, no Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG), em Lisboa. João Leão admite também que "há soluções que podem ser exploradas", mas o "chumbo do OE cria dificuldades adicionais".
João Leão disse que as negociações com os partidos à esquerda para viabilização do Orçamento prosseguem, estando convencido que será atingido um entendimento. Questionado sobre a possibilidade de essa expectativa não de concretizar e se o diálogo com o PSD seria viável, o ministro das Finanças respondeu que a alternativa do bloco central não é muito saudável para o país.
"Estamos ainda na fase de negociação do Orçamento do Estado, estaremos abertos a dialogar até à última, tendo sempre em conta as principais preocupações e interesses do país", sublinhou João Leão, em declarações aos jornalistas, à saída do ISEG, dando o exemplo das pensões, da saúde, da valorização salarial e do apoio às famílias e destacando a redução do IRS e o reforço dos abonos de família.
Relativamente às linhas vermelhas, Leão referiu que o mais importante é "chegar a compromissos bons para os portugueses, para a economia, para as famílias e para as empresas".
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"Os portugueses esperam um exercício de responsabilidade da nossa parte", acrescentou.
O ministro admite uma forte recuperação económica no próximo ano, com "metas de crescimento muito positivas, de 5,5%", com "Portugal a atingir o nível mais alto de sempre, próximo ao período pré-pandemia".
João Leão abordou também os preços da eletricidade, adiantando que os aumentos no mercado grossista não devem manter-se durante muito tempo, sendo que está prevista "uma redução substancial" a partir da primavera e, em especial, no verão.
O responsável pela pasta das Finanças acrescentou ainda que está "convencido" de que a dívida da CP vai continuar "com uma trajetória de redução".
* com José Milheiro