CIP quer medidas de exceção para impedir paragem de empresas por falta de funcionários

António Saraiva refere a redução do período de isolamento de assintomáticos para cinco dias ou a definição de um volume de confinamentos a partir do qual passem a ser geridos de forma diferente.

Os empresários portugueses querem ver instauradas medidas de exceção, como as que vão permitir que os eleitores em isolamento possam votar em domingo, para evitar que as cadeias de abastecimento sejam interrompidas ou que as empresas tenham de parar por falta de funcionários.

Em declarações à TSF, o presidente da Confederação Empresarial de Portugal (CIP) conta que a apreensão dos empresários cresce à mesma medida que o número de pessoas em isolamento devido à Covid-19, pelo que defende ser preciso acautelar o funcionamento da economia.

"Se estamos a acautelar a votação para a riqueza da democracia, o que não estou a criticar, porque acho que se devem tomar medidas para evitar, tanto quanto possível, a abstenção, sendo isso importante para a qualidade da democracia, é igualmente importante o funcionamento da economia", defende António Saraiva.

Assim, "da mesma maneira que se excecionam situações como é o caso das eleições, e bem - não quero com isto ser mal entendido -", o representante dos empresários defende que se tomem "medidas igualmente excecionais" em situações de "risco de paragem ou risco para o fornecimento de cadeias de abastecimento de bens essenciais".

Com um tecido empresarial "esmagadoramente composto por micro e pequenas empresas, de 20 a 30 trabalhadores, se 15 ou 20 ficarem confinadas, a empresa para", alerta. Sem querer citar, António Saraiva ter conhecimento de uma "média empresa que já teve de parar uma das unidades".

Questionado sobre as medidas que podem ser tomadas, e tendo em conta a aprendizagem feita ao longo da pandemia, António Saraiva elenca hipóteses como a redução do isolamento de sete para cinco dias, no caso dos assintomáticos, bem como a generalização desse período mais curto de isolamento.

O presidente da CIP refere também que, para os assintomáticos testados periodicamente, e tendo em conta a gravidade "reconhecidamente menor" da Ómicron, sugere também que sejam estudadas medidas a partir das quais "atingido um determinado valor" de confinamentos, sejam encontradas "formas diferentes" de os gerir.

Ainda assim, António Saraiva reconhece o "papel difícil" de que quem toma decisões, dado que "se arriscamos uma solução que depois, por qualquer razão, não resulta, temos uma questão pandémica com um grau de responsabilidade difícil de assumir".

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