- Comentar
O secretário-geral do PS defendeu que a proposta de Orçamento tem como objetivo imediato a recuperação da crise pós-Covid-19, mas apostando também no futuro com o reforço dos apoios aos jovens e às famílias com filhos.
António Costa assumiu estas posições numa reunião com a JS, no Campo Grande, em Lisboa, num discurso que durou 30 minutos, em que também se referiu à necessidade de remover obstáculos ao acesso dos jovens a um conjunto de profissões reguladas.
"Este Orçamento tem uma centralidade muito grande nos jovens e nas famílias com filhos. Procura responder à necessidade de recuperar as feridas da crise provocada pela Covid-19 e impulsionar para dar força à recuperação da economia, mas que tem de o fazer com os olhos postos no futuro", declarou o líder socialista.
De acordo com António Costa, "só há uma forma de apoiar com os olhos postos no futuro".
"É apoiar mesmo as jovens gerações e as famílias que, tendo filhos, estão a criar as gerações do futuro. Também por isto, este Orçamento é um bom Orçamento e merece ser aprovado na generalidade [no próximo dia 27] e em votação final global", sustentou.
Subscrever newsletter
Subscreva a nossa newsletter e tenha as notícias no seu e-mail todos os dias
Após o primeiro discurso da sessão, que esteve a cargo do secretário-geral da JS, Miguel Costa Matos, o líder do PS destacou medidas presentes no Orçamento para o próximo ano como o alargamento do IRS Jovem, o aumento das remunerações no início de carreira dos técnicos superiores do setor do Estado, assim como o reforço das contrações de jovens quadros para a administração pública e "novos passos" ao nível da gratuitidade das creches.
Em relação aos setores da Educação e do Ensino Superior, António Costa falou no programa de recuperação das aprendizagens após ano e meio de Covid-19 e prometeu reforçar os apoios destinados a bolsas no segundo ciclo de estudos (mestrados e doutoramentos), bem como o Plano Nacional de Alojamento Estudantil.
Em matéria de emprego, o primeiro-ministro realçou sobretudo as questões da regulamentação do teletrabalho e do combate à precariedade, adiantando que o próximo Conselho de Ministros aprovará a Agenda para o Trabalho Digno, com medidas de proteção de trabalhadores, designadamente os que se encontram ao serviço de plataformas eletrónicas ou de empresas de trabalho temporário.
E foi neste capítulo referente às matérias conexas com a propostas de Orçamento do Estado que António Costa recebeu um dos maiores aplausos da plateia de jovens socialistas, quando se referiu à alteração à revisão do regime das ordens profissionais e das profissões reguladas.
"Os jovens têm de ter direito à liberdade de acesso às profissionais, as ordens profissionais têm um papel a cumprir, mas não podem limitar a concorrência, nem vedar o acesso à profissão aos jovens que nela querem entrar. Não podem também exigir pagamentos exorbitantes para os exames de Ordem, nem impor condições para limitar o acesso à profissão", afirmou.