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A pandemia agravou o défice em 2.550 milhões de euros até maio em comparação com o período homólogo, elevando o saldo negativo das contas públicas para 3.203 milhões.
Em comunicado, o ministério das Finanças avança que a degradação se explica com o efeito combinado de contração da receita (-0,4%) e crescimento da despesa (7,4%).
O gabinete de João Leão sublinha que a execução dos primeiros cinco meses do ano "já evidencia os efeitos da pandemia do Covid-19 na economia e nos serviços públicos na sequência das medidas de política de mitigação".
A receita teve uma quebra de 869 milhões de euros "associada à prorrogação de pagamento de impostos (IVA, IRS e IRC) e suspensão de execuções da receita fiscal".
O encaixe com IRC e com a generalidade dos impostos indiretos caiu.
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A despesa, por seu lado, aumentou 951 milhões "principalmente associado às medidas de lay-off (453 milhões), aquisição de equipamentos na saúde (169 milhões) e outros apoios suportados pela Segurança Social (144 milhões).
A despesa total da Segurança Social cresceu +12,4%, "dos quais cerca de 597 milhões "associados à Covid-19, bem como a despesa com pensões (4,2%) e outras prestações sociais (10,7%), tais como a Prestações de desemprego (13,2%), Ação Social (8,2%), Prestação Social para a Inclusão (29,3%) dirigida a pessoas com deficiência e Abono de Família (14,7%)".
Os custos do Serviço Nacional de Saúde cresceram 9,2% "nomeadamente em despesas com pessoal (+6,8%)".
O governo destaca "o reforço de mais de 5.600 profissionais afetos ao SNS em termos homólogos".
A despesa com salários dos funcionários públicos cresceu 4%, refletindo ainda a "conclusão do descongelamento das carreiras, destacando-se o aumento de 4,7% da despesa com salários dos professores".
Combinados, o aumento de despesa e queda da receita com associação direta ao combate à pandemia agravaram as contas públicas em 1.783 milhões de euros.
A par destes efeitos, lê-se no comunicado, "existem efeitos adicionais associados à desaceleração da economia com impacto também na receita fiscal e contributiva e pelo aumento da despesa dos estabilizadores automáticos".
Até abril, a execução orçamental tinha registado um défice de 1.651 milhões de euros, o que representou um agravamento de 341 milhões face ao período homólogo. Até esse mês, as medidas relacionadas com o combate à pandemia totalizavam 680 milhões de euros.