Discotecas esperam abrir em agosto para "estancar festas ilegais" que são "palco de surtos"

A Associação de Discotecas de Lisboa acredita que estes espaços de diversão noturna têm condições para reabrir já em agosto, e o certificado digital não tem de ser a única forma para se entrar num estabelecimento de diversão noturna.

A Câmara de Lisboa aprovou esta quarta-feira uma moção que recomenda ao Governo que avalie a reabertura das discotecas a quem já tem o certificado digital da Covid-19. O documento apresentado pelo CDS-PP na reunião pública da autarquia teve votos contra do Bloco de Esquerda e votos favoráveis do PS, PSD e PCP.

O documento sugere ao Executivo que comece a planear a reabertura dos espaços, em articulação com a Direção-Geral da Saúde. João Gonçalves Pereira, vereador do CDS na autarquia de Lisboa, explica que a reabertura é já uma necessidade, desde que planeada "com prudência".

"Estamos a entrar no mês de julho, o turismo está em baixa, como já percebemos, e esta é uma proposta que permite, com o tempo, à DGS avaliar e, em setembro, numa altura em que os mais jovens já estão a ser vacinados, permitirá uma retoma deste setor", defende o vereador. "Temos consciência dos números em Lisboa, que são preocupantes", admite.

De acordo com João Gonçalves Pereira, a leitura política que deve ser feita desta proposta é compreender que não tem um "sentido puramente imediato, até porque isto implica uma avaliação da DGS e uma alteração da lei por parte do Governo", mas é "uma extensão daquilo que já existe para os trabalhos desportivos, eventos culturais, casamentos e batizados".

A iniciativa é aplaudida pela Associação de Discotecas de Lisboa. O empresário José Gouveia afirma que todas as soluções para a reabertura do setor são bem-vindas. "Todo o tipo de iniciativas no sentido de reabertura das discotecas é bem-vindo. É bom saber que existe essa discussão, que existem propostas e que se encontram alternativas para não manter este setor encerrado, como está há 15 meses."

José Gouveia saúda os partidos, com exceção do Bloco de Esquerda, por terem "noção de que é necessário discutir a reabertura", bem como "estancar festas ilegais espalhadas por todo o país". O empresário considera que são estes convívios "descontrolados, que precisam de ser travados" os grandes "palcos de surtos".

Para José Gouveia, as discotecas têm condições para reabrir já em agosto, e o certificado digital não tem de ser a única forma para se entrar num estabelecimento de diversão noturna. "Ainda podemos falar em agosto", reconhece, invocando a apresentação de testes negativos, sejam feitos à porta ou em 48 horas, para entrar nas discotecas. Esta medida deve também, de acordo com o empresário, estender-se e descentralizar-se para outros pontos do país.

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