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A Groundforce tem uma dívida global à ANA - Aeroportos de Portugal superior a 13 milhões de euros e não apenas os 769,6 mil euros que levaram a empresa que gere os aeroportos portugueses a avançar com um projeto de deliberação para revogar as licenças de ocupação de espaços aeroportuários pela empresa de handling nos aeroportos de Faro e da Madeira.
A informação foi avançada à TSF pela ANA que refere que em causa, nestes 13 milhões de euros, está "o não pagamento desde março de 2020" e "valores em dívida em todos aeroportos da rede ANA".
A mesma resposta indica que "após esgotadas todas as vias" para receber os pagamentos em falta a ANA viu-se "obrigada a tomar as medidas legalmente previstas" para regularizar a dívida.

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A proposta de deliberação para revogação da licença de ocupação dos espaços nos aeroportos de Faro e da Madeira foi enviada pela ANA a 7 de julho.
A ANA aguarda agora por uma resposta da Groundforce que poderá apresentar, por exemplo, um plano de pagamentos faseados.
A TSF apurou, igualmente, que a grande maioria das dívidas da Groundforce à ANA se referem, naturalmente, a aeroportos de maior dimensão, com mais movimentos de companhias aéreas para as quais a empresa de handling trabalha, nomeadamente o aeroporto de Lisboa.
Trabalhadores já conheciam situação
Em declarações à TSF, o dirigente do Sindicato dos Técnicos de Handling de Aeroportos (STHA), André Teives, não se mostrou surpreendido com o valor da dívida, até porque a ANA é "o segundo maior credor" da Groundforce, depois dos trabalhadores.
ANA é "o segundo maior credor" da Groundforce.
"A própria administração, ao longo de meses, ainda durante o ano de 2020, sempre nos transmitiu que não estavam a pagar nenhuma taxa nem renda à ANA", algo que decorre da "queda abrupta" da atividade dos aeroportos nacionais e mundiais.
Confrontado com o início do processo de revogação da licença de ocupação da Groundforce na Madeira e em Faro, André Teives explica que, por ver-se obrigada a abandonar os aeroportos, tal seria "o princípio do fim" da empresa de handling.
Revogação da licença seria "princípio do fim" da empresa.
O dirigente do STHA considera que, neste processo, as posições estão "muito extremadas de há quatro ou cinco meses a esta parte" e vê, por isso a necessidade de um mediador.
Questionado pela TSF, André Teives assume que esta poderia ser uma missão para o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que poderia colocar no terreno "a sua magistratura de influência".
André Teives defende que o Presidente da República poderia resolver o assunto "em dez minutos".
"Teria todas as condições para, se calhar numa reunião de dez minutos, resolver este assunto", defende o dirigente sindical. "É preciso alguém de fora, que com coerência e consequência, resolva de facto o problema, que é muito fácil de resolver."
Notícia atualizada às 23h16