"É discutível." Paulo Macedo duvida da lei que obriga bancos a renegociar créditos

Na Money Conference, o CEO da Caixa Geral de Depósitos afirmou que quem pode ter maior necessidade de renegociar créditos são os clientes mais jovens.

O presidente da Caixa Geral de Depósitos tem dúvidas sobre a lei que obriga os bancos a renegociar créditos, sempre que a taxa de esforço dos clientes seja igual ou superior a 36%.

Paulo Macedo sublinhou, durante a Money Conference, esta quinta-feira, que a organização vai cumprir o decreto do Governo, mas isso não impede o presidente do banco público de levantar algumas questões.

"Serem os bancos a contactar todas as pessoas a saber se precisam de apoio... é discutível se não deveria ser ao contrário", afirmou.

Paulo Macedo afirma que a Caixa Geral de Depósitos sempre atendeu os pedidos de renegociação feitos pelos clientes, com ou sem crise. Por isso, não há motivo para colocar na lista negra quem precisa de redefinir as condições para pagamento de créditos.

"Não é positivo, mas os bancos sabem muito bem diferenciar uma situação da outra, portanto ninguém fica com um estigma, mas é preciso lembrar que os bancos, antes de haver legislação sobre as moratórias, por exemplo a Caixa, fez uma primeiro sozinha, depois fez outra com a Associação Portuguesa de Bancos e depois faz negociações fora, como a generalidade", explicou.

Durante a conferência, Paulo Macedo afirmou que quem pode ter maior necessidade de renegociar créditos, são os clientes mais jovens. Até porque, na Caixa Geral de Depósitos, "50% dos contratos" dos clientes da caixa têm créditos de valor relativamente baixo, "abaixo de 217 euros".

O Sindicato dos Trabalhadores das Empresas do Grupo CGD (STEC) disse esta quinta-feira que a CGD vai avançar com um pagamento extraordinário em dezembro entre os 600 e os 900 euros, para os trabalhadores com rendimento mensal até 2700 euros.

Em comunicado, o Sindicato adianta que a Caixa Geral de Depósitos (CGD) mostrou, numa reunião realizada na quarta-feira, "abertura para discutir as medidas de apoio a tomar para ajudar os trabalhadores a responder aos "brutais" aumentos do custo de vida e avançou com um pagamento extraordinário.

Veja a conferência na íntegra:

Parte I:

Parte II:

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