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A Associação Empresarial de Portugal (AEP) quer que o Governo se comprometa, de facto, com a recuperação das empresas. O pedido foi feito no Fórum TSF pelo presidente da AEP. Luís Miguel Ribeiro defendeu que a situação é muito complicada e esse compromisso é a única saída.
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"Tal como o senhor primeiro-ministro ontem dizia que tinha assinado um contrato com as famílias e os portugueses, é preciso assinar um contrato de compromisso com as empresas para que, em conjunto e cada um, naquilo que são as suas responsabilidades e competências, possamos encontrar soluções que ajudam a ultrapassar a situação que vivemos atualmente, que é muito difícil e não estou a exagerar quando digo que é muito difícil", explicou.
Ouça aqui as declarações de Luís Miguel Ribeiro no Fórum TSF
A AEP já definiu um conjunto de exigências: "Temos a descida dos impostos não só sobre a energia mas sobre toda a carga fiscal que cai sobre as empresas. Depois, por outro lado, todos sabemos que temos hoje um volume de fundos europeus como nunca tivemos, temos ainda cerca de cinco mil milhões do Portugal 2020 por executar, temos 16 mil milhões do PRR, mais os 27 mil milhões do Portugal 2030 para que o país possa alocar estes recursos àquilo que é mais importante e essencial para a atividade das empresas, para a economia nacional e para que o país recupere daquilo que tem sido cada vez mais um crescimento que se encaminha para a cauda dos países da Europa", referiu Luís Miguel Ribeiro.
Na segunda-feira, o primeiro-ministro afirmou que o Governo ainda não decidiu, mas também não excluiu, a possibilidade de taxar os lucros de algumas empresas considerados excessivos, e anunciou que serão apresentadas medidas de apoios às empresas na quinta-feira.
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"Não tomámos ainda decisões (...) Não excluímos nem decidimos", afirmou António Costa, quando questionado sobre a possibilidade de o Governo vir a taxar os lucros extraordinários de alguns setores, em entrevista à TVI e CNN Portugal.
O primeiro-ministro admitiu que "é provável" que venha a haver apoios para ajudar as famílias que têm créditos à habitação, face à subida dos juros, mas disse ser necessário aguardar para ver se "as partes encontram soluções", que podem passar por moratórias, renegociação de créditos ou até voltar a permitir a dedução em sede de IRS.
"Não vale a pena fechar ou antecipar medidas, não vale a pena dar incentivos errados", afirmou.
O chefe do Governo anunciou que, depois de o executivo ter aprovado "um pacote muito forte de apoio às famílias", irá anunciar na próxima quinta-feira medidas para as empresas, que não quis antecipar.