EasyJet vai ter mais três aviões e passa a ser a número 2 em Lisboa

Companhia aérea destaca "oportunidade única" de expansão no aeroporto Humberto Delgado.

A easyJet vai ter mais três aviões a operar a partir de Lisboa com a aquisição dos 18 slots libertados pela TAP, como contrapartida imposta pela Comissão Europeia ao plano de reestruturação da companhia.

Em conferência de imprensa, esta manhã, o diretor da companhia, José Lopes, adiantou que os detalhes da operação estão ainda a ser finalizados, e só deverão ser conhecidos em setembro. Para já, o que é certo, garante, é que a easyJet vai passar a ser a número dois na Portela.

"Ganhar slots de um aeroporto congestionado e que não tem possibilidade de crescimento é uma oportunidade que não será repetível até que haja uma nova infraestrutura aqui em Lisboa. Era de extrema importância para nós ganhar este concurso"", vincou José Lopes. Ou seja, mesmo não sabendo ainda ao certo quantos passageiros irá a easyJet ganhar com os novos slots, José Lopes explica que nenhuma outra transportadora tem agora por onde crescer na Portela, o que faz com que a britânica seja a única a expandir ao ocupar 18 novas faixas horárias, diariamente.

José Lopes sublinhou, no entanto, que mesmo antes de ter sido divulgado o resultado do concurso, a easyJet já registava um crescimento de 20% de capacidade em Portugal, face a 2019. Só em Lisboa, explicou o diretor, a companhia já está a operar 12% acima da atividade que tinha antes da pandemia de Covid-19.

Apesar do otimismo, a companhia antecipa um "verão difícil". A falta de pessoal de handling nos aeroportos já levou a easyJet a cancelar milhares de voos, sobretudo em Londres e Amesterdão. Mas, em Portugal, José Lopes garante que os problemas com o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) causam até mais danos ao setor.

A indefinição sobre o futuro deste organismo, que nas últimas semanas gerou situações de caos nos aeroportos portugueses, pode mesmo levar muitos turistas a não repetirem o país como destino, alertou José Lopes, que fez ainda um apelo para "que ambas as partes cheguem a um consenso e resolvam o seu problema sem afetar os passageiros".

"Quando temos a decorrer uma guerra social entre duas entidades [Governo e SEF] é mais difícil de prever em que momento vai haver impacto na operação", acrescentou.

São problemas que se somam ao facto de o aeroporto de Lisboa ter esgotado completamente a capacidade de atender mais passageiros, destacou o responsável da easyJet em Portugal. E a este propósito, José Lopes apontou o dedo à NAV (controladora de tráfego aéreo) e à ANA aeroportos, que considera serem as responsáveis pelo facto de o país ter perdido a oportunidade de investir no Humberto Delgado quando era mais fácil - porque a atividade naquela infraestrutura era muito diminuta - durante a pandemia.

A solução, ainda que mais demorada, é a construção do novo aeroporto. Nesta conferência de imprensa José Lopes pediu rapidez na decisão, e "que não sejam cometidos os mesmos erros", referindo-se ao facto de o aeroporto da Portela ter sido "abraçado pela massa urbana", o que fez como que mais tarde deixasse de ter qualquer possibilidade de expansão.

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